Nesta quinta (1), na parte da tarde, foi apresentado um módulo sobre conjuntura política conforme atividade programada do Seminário de Greve, encontro promovido pela FNP,num momento em que a categoria negocia seu ACT com a Petrobrás e mobiliza-se contra o desmonte da companhia, que já resultou na venda da BR Distribuidora, anúncio de venda de refinarias , malha de gás (NTS e TAG), entre outros ativos. Os palestrantes Atenágoras Lopes ( CSP Conlutas) e Gustavo Sixel (portal Esquerda Online) fizeram reflexões importantes sobre o atual contexto em que FNP e FUP atuam em mesa unitária nas negociações com a direção da Petrobrás.
“Temos um governo de ultra direita que ameaça abertamente as liberdades democráticas. Um governo que imprime um processo de privatização brutal, que mantém 13 milhões de trabalhadores desempregados, e realiza uma onda de ataques contra qualquer tipo de organização de classe. Que assume claramente o aparelhamento de organismos e autarquias por sua linha ideológica de direita. Na parte econômica anuncia uma série de contingenciamentos em áreas importantes como a Educação” – disse Atenágoras ao abrir sua apresentação de 30 minutos.
A importância da unidade no conjunto da classe trabalhadora e também na categoria petroleira foi citada. “Construímos a unidade entre as centrais sindicais, mas não abrimos mão das nossas diretrizes políticas e conceituais, e a FNP também faz esse encaminhamento ao ser coerente com seus princípios. Este seminário deve apontar o caminho da luta e da greve, em unidade reivindicando as consciências. Precisamos perseguir a unidade de ação” – concluiu.
Conjuntura global
Por sua vez, o editor do portal Esquerda Online acredita que o Brasil de hoje é fruto de uma grande crise hegemônica mundial que propiciou inclusive a crise política de 2016 que culminou com impeachment de Dilma Rousseff.
“A crise brasileira a partir da crise mundial que surge em 2008, que acabou propiciando o crescimento de extrema-direita de forma global, abalou a hegemonia global e desgastou o seu modelo. Isso criou uma crise de hegemonia. A eleição de Bolsonaro é conseqüência direta desse momento, a partir do impeachment de Dilma, a Lava Jato e a posterior prisão de Lula, todo esse conjunto fatos possibilitou isso” – falou.
Sixel cita ainda o processo de desmonte da Petrobrás, e afirma que as campanhas salariais devem agregar outras lutas. “Esse processo de ataque à Petrobrás faz parte disso, tendo o petróleo com ativo estratégico a ser disputado pelo grande capital. A classe dominante está na ofensiva e precisamos organizar a nossa luta. As campanhas não podem ficar restritas a questões salariais, os sindicatos precisam disputar questões como a defesa das mulheres, contra o racismo e contra a homofobia”, por exemplo, afirmou Sixel.
Ao encerrar o editor fez uma avaliação da unidade petroleira. “Estamos sendo bombardeados, e a unidade entre FNP e FUP se faz sim com disputas e diferenças, mas com o objetivo comum sem sectarismos. Mas precisamos construir uma grande frente de trabalhadores e movimentos na defesa dos nossos direitos” – finalizou.