Ato no terminal denuncia práticas abusivas da Sudamin Brasil contra trabalhadores terceirizados e trabalhadores da unidade, além do sucateamento das instalações. Trabalhadores estão em estado de greve
Na manhã desta sexta-feira (13/10) trabalhadores próprios e terceirizados do Terminal Baía da Guanabara (TABG) da Transpetro, localizado na Ilha do Governador, realizaram mais um corte de turno em que denunciam os abusos cometidos pela Sudamin Brasil, empresa que realiza serviços de apoio na operação da unidade.
“Nós tivemos dois funcionários da Sudamin Brasil demitidos sem motivo algum, sem explicações, dentro do período de experiência. Eles foram dispensados durante o início do contrato, ficando sem direito a nenhum benefício. Essas demissões representam um prejuízo técnico com riscos operacionais, pois essas vagas serão repostas com pessoas sem experiência acarretando risco nas operações aqui no terminal” – explica o diretor do Sindipetro-RJ, Victor Dantas.
Além disso, a greve também denuncia a precariedade das condições de trabalho no TABG com o sucateamento de instalações e do transporte por lanchas, a falta de banheiros, a redução de efetivo próprio e terceirizado, e falhas do SMS.
“Houve uma quebra de confiança na operação por conta da insegurança das instalações, um dos equipamentos mais importantes para acessar os navios caiu e muitos dos nossos colegas estão se sentindo inseguros. Nós temos problemas de manutenção em diversos pontos das instalações motivados por falta de manutenção e na aquisição de equipamentos. O que pedimos é que seja dada a devida atenção por parte da Transpetro para isso” – cobra Tais Reis, trabalhadora da Transpetro no TABG.
Um dos problemas mais sensíveis na unidade é a situação que envolve as lanchas que fazem o transporte dos trabalhadores para as ilhas que integram o terminal.
“Temos reclamado dessa situação há anos, e até o momento não obtivemos ainda uma resposta efetiva da empresa (Transpetro), só recebendo promessas. Havia a promessa de um contrato novo, compra de novas lanchas, só que nada disso tem prazo. Enquanto isso estamos tendo problemas como, por exemplo, com a lancha “Velho Neco” que teve uma explosão no motor, ficado à deriva, e ocorreram problemas também com a lancha “Ilha Rasa” que operou apenas com um motor. São recorrentes esses problemas com as lanchas e nada é feito pela empresa” – denuncia o diretor do Sindicato, Alex Parada.
Estado de greve no TABG
Na quarta-feira (11/10), os trabalhadores próprios e contratados de todos os contratos que atuam no TABG aprovaram, por unanimidade, o corte de rendição a partir da manhã desta sexta-feira (13/10) e a suspensão das atividades a fim de avançar negociações sobre a seguinte pauta:
Reversão imediata das demissões arbitrárias;
Que o ponto de todos os trabalhadores (próprios e contratados) sejam marcados na Ponte do Barão, na primeira catraca, tal como ocorre para os próprios;
Que as questões de SMS acima relacionadas sejam resolvidas; e
Que seja criado um Adicional Regional de Especial de Campo em valor a ser negociado a ser pago aos trabalhadores.
O Sindipetro-RJ encaminhou à Transpetro a cata ofício 346/2023, oficializando o movimento paredista.
Sudamin Brasil demite
A Sudamin Brasil está incorrendo em situações de abuso contra seus trabalhadores, demitindo quem questiona sobre controle de frequência e composição de contracheque.
Além disso, a empresa não aceita disponibilizar uma 5ª turma de apoio aos trabalhadores operacionais nos terminais, sendo que nos laboratórios a empresa aplica a escala de 5ª turma.
Empresa não aceitou representação do Sindipetro-RJ para os seus trabalhadores
A empresa não aceita a representação do Sindipetro-RJ para os seus trabalhadores, mesmo com a sua atividade fim, no TABG, relacionada à atividade de apoio na operação com cabotagem de importação e de exportação de produtos claros, escuros e de petróleo, enquadramento dado para atividade do Sindicato. O Sindipetro-RJ entende que é o legítimo representante desses trabalhadores por conta das atividades que eles exercem. Porém, a Sudamin Brasil entende que essa representação é de outro sindicato.
No contrato anterior, operado pela Solserv, o Sindipetro-RJ tratava do acordo coletivo de trabalho, sendo a data-base em julho. Porém, com a entrada da Sudamin essa data de negociação ficou estipulada em outubro pelo Sindimetal-Rio.
O perseguidor
Sobre à perseguição a trabalhadores da empresa no TABG, a situação, segundo denúncias, estaria sendo encabeçada pelo encarregado, que ditatorialmente encaminhou a demissão de dois trabalhadores que atuam na Unidade para posteriormente repor essas vagas com profissionais ainda não preparados, que necessitam de treinamento imediato para o exercício de suas funções.
São demissões sumárias que prejudicam não só os demitidos, mas também todos os empregados e a população do ambiente de trabalho e entorno que ficam expostos a todo o risco de acidentes passíveis de acontecer a partir da falta de preparo da mão de obra.
Basta de terceirização
Diante de uma série de ocorrências relacionadas às empresas prestadoras de serviço dentro do Sistema Petrobrás, muito especialmente no setor Operacional, o Sindipetro-RJ defende o fim da terceirização nas atividades fim, que consta na proposta da FNP ao ACT 2023-2024.
Mas é preciso frisar que o Sindicato defende a incorporação dos terceirizados com todos os direitos, que sejam ampliados os concursos, levando em conta a experiencia de quem já trabalha nas unidades.