Sindipetro-RJ apoia essa luta e participou da manifestação
Nesta segunda (11), a CSN, que não aceitou negociar com os trabalhadores, demitiu a Comissão de Base que está a frente da mobilização em Volta Redonda-RJ. “Eles pensam que vão nos oprimir, que demitidos iríamos pra casa, mas agora tem uma comissão aqui fora para apoiar a luta dos que estão lá dentro da empresa, porque a gente não vai parar a nossa luta! A gente está ficando forte e a luta continua!”, afirmou Felipe Alípio, que convocou a sociedade a apoiar os trabalhadores.
O Sindipetro-RJ esteve no ato, no início da manhã, em solidariedade aos trabalhadores que, de forma autônoma, estão organizados reivindicando aumento salarial, depois de dois anos sem reajuste. Na pauta, também estão o aumento da PLR, a volta do plano de saúde, aumento do vale-alimentação para R$ 800, bônus extra no Natal, equiparação salarial, implementação de plano de cargos e salários, estabilidade no emprego e pagamento dos dias parados.
A empresa ofereceu aumento salarial de 8,1% para os que recebem até três salários mínimos e 5% para os recebem acima desse valor. A unidade da CSN em Minas Gerais está em greve desde o dia 31/03. Saiba mais: https://sindipetro.org.br/act-metalurgicos-da-csn-estao-mobilizados-por-aumento-salarial-digno/
Sindicato e empresa só fazem ameaças
Sem representar a categoria e contra a vontade dos trabalhadores, o Sindicato colocou a proposta da empresa em votação secreta na sexta (08), mas foi amplamente derrotado. Foram apurados 6.060 votos e 99.3% dos trabalhadores disseram NÃO à proposta. Houve três votos nulos e três em branco. Apenas 39 votaram SIM.
Os trabalhadores aproveitaram a votação para demonstrar toda a revolta contra os baixos salários e a postura pelega do Sindicato.
Sindicato pelego, fora!
Após passar dois anos sem aparecer na porta da CSN, o Sindicato com direção pelega quer monopolizar a luta dos trabalhadores que se revoltaram por melhores salários. Nesta segunda, chegou a ameaçá-los falando sobre demissão. Logo depois, a empresa anunciou a demissão da Comissão de Base.
“A hora é de questionar os pelegos que estão junto com o patrão e lutar pelos direitos. O Sindicato tem que escutar e representar os trabalhadores”, afirmou o diretor do Sindipetro-RJ, João Paulo Nascimento.
“Esse Sindicato deveria estar exigindo a não punição dos trabalhadores que estão em luta, mas estão hoje fazendo o papel da empresa!”, disse o diretor do Sindipetro-RJ, Eduardo Henrique.
Privatização destruidora
“Quando a CSN era estatal os salários eram muito melhores!”, afirmou Júlio Condaque, da CSP-Conlutas, criticando a privatização que trouxe “a profunda exploração da mão de obra na usina que passou a visar somente a exportação da produção, sem quaisquer benefícios ao povo brasileiro”.
Unidade e rumo à greve geral
Silvio Sinedino, petroleiro aposentado, conselheiro fiscal do Sindipetro-RJ, frisou que “não são dois anos sem aumento salarial, são dois anos com redução salarial! Esse valor fabuloso de lucro da CSN (R$ 13,6 bilhões em 2021) foi produzido pelos trabalhadores! O caminho é o da luta, do enfrentamento. Não dá é para ficarmos parados! A luta dos trabalhadores da CSN é exemplo para todo o Brasil: precisamos estar unidos e permanecer mobilizados sem aceitar redução de salários e de direitos!”.
Além dos petroleiros, o movimento já possui apoio de caminhoneiros, químicos e metalúrgicos de São José dos Campos e Região.
Moção de apoio à mobilização dos trabalhadores da CSN.