No domingo (13/08), a deputada estadual Marina do MST, eleita com mais de 46 mil votos, recebeu ameaças e foi atacada por bolsonaristas em Nova Friburgo, na região serrana do Estado do Rio de Janeiro, quando realizava plenária de prestação de contas do seu mandato
A parlamentar foi agredida fisicamente com pedras, ovos e garrafas. “Naquele momento, não atacaram somente uma deputada estadual ou uma mulher Sem Terra. Atacaram a nossa democracia”, disse Marina, que precisou deixar a cidade escoltada pela PM.
Marina é uma das lideranças do MST na luta pelo fim das reais mazelas do campo brasileiro como grilagem, queimadas, desmatamento, violência no campo, uso de mão de obra análoga à escravidão, destruição e contaminação dos bens naturais pelo uso de agrotóxicos.
Segundo a assessoria de imprensa do mandato, a deputada está tomando todas as providências para que os agressores sejam identificados e punidos pelas autoridades competentes.
Perseguição ao MST
Vale ressaltar que as pressões contra o MST têm aumentado nos últimos meses. Um dos motivos é a luta pelo resgate de vítimas do trabalho escravo na área rural. O MST divulgou, em maio, que só em 2023 já foram resgatadas 918 pessoas – um recorde em 15 anos!
Enquanto isso, na Câmara dos Deputados, vimos instalar uma CPI para investigar ações dos sem-terra. A CPI foi composta por 40 deputados ruralistas e 14 governistas numa evidente tentativa de criminalizar o movimento e vincular governos.
No entanto, pelas incompetências do ex-ministro Ricardo Salles e do Deputado, Coronel Zucco, que preside a CPI, o que seria palco pra direita e suas narrativas se tornou palco para denúncias e esclarecimentos em relação à legalidade da Reforma Agrária, o papel de movimentos à forma do MST e a decorrente integração de parcela da população à produção rural, ao histórico de grilagem de terras por grandes representantes do Agronegócio, aos desmatamentos e garimpos ilegais, e às invasões de terras indígenas e à violência em geral no campo.
Até por isso, tanto os bolsonaristas da CPI, como da parte mais cega e fundamentalista de seus seguidores, têm estado mais frustrados e raivosos. Até, também, por terem que reconhecer suas derrotas ao, humilhantemente, e por si, terem sido obrigados a encerrar a CPI mais cedo. Isto é, os fatos atropelaram as mentiras e versões que pretendiam propagar, mais gente aprendeu sobre reforma agrária e mais gente conhece o MST e até aderiu às suas redes sociais. Mais um tiro da ultradireita que saiu pela culatra e estourou em seus olhos.
O Agro não é pop.
Imagem @pablovergarafotografia