Sindipetro-RJ segue no apoio à luta dos trabalhadores terceirizados do TABG, agora com foco na construção de uma tabela salarial valorizada
Nesta quinta-feira, 08/12, os trabalhadores terceirizados do TABG realizaram na manhã um “trancaço” na troca de turno. Após uma greve de 18 dias promovida em novembro último, os terceirizados conseguiram um reajuste na tabela salarial de 16%; o reajuste de 10% sobre o vale-refeição/alimentação, sendo 5% em outubro e mais 5% em janeiro de 2023, com retroativo a 1º de outubro; e mediação com a Justiça do Trabalho, incluindo a participação de representantes do Sindipetro-RJ e da Transpetro. Resta ainda a definição sobre a questão do Pagamento de Lucros e Resultados (PLR), que ainda não foi acertada.
“Essa greve foi muito boa, dada a participação de 100% da categoria aqui no TABG. A continuidade da luta se estende agora para o próximo mês de março de 2023, quando o Sindipetro-RJ se juntará ao Sindimetal-Rio e o SINTICOMM Caxias nas conversas de negociação com as empresas para a construção de uma tabela salarial” – celebra JP Nascimento, diretor do Sindipetro-RJ.
O diretor Claiton Coffy fala da solidariedade classista que é uma marca do Sindipetro-RJ
“O Sindipetro-RJ tem uma tradição de fazer o trabalho conjunto entre petroleiros próprios e terceirizados da Petrobrás e apoiar suas lutas. É importante que os sindicatos representantes desses trabalhadores estejam comprometidos com a luta” – lembra.
A união das representações sindicais dos terceirizados, com o apoio do Sindipetro-RJ mostra o quanto é importante a integração em torno de um objetivo e luta em favor dos trabalhadores.
“Os trabalhadores terceirizados aqui do TABG nunca tiveram uma representação aqui na unidade para a defesa de suas causas. Viviam em uma situação de alta periculosidade, e quando procuraram o Sindimetal-Rio para dizer que estão sem representação, o sindicato se propôs a estar aqui para buscar essa unidade de luta essa mobilização, com apoio do Sindipetro-RJ” – disse João Miolo, diretor do Sindimetal-Rio.
Dividir para tirar direitos
Uma das grandes questões que envolvem os trabalhadores terceirizados do sistema Petrobrás são as brechas no processo de licitação de contratos, que não respeitam as convenções de trabalho e acordos coletivos. Para o presidente do Sindicato dos Trabalhadores da Construção Civil de Duque de Caxias (SINTICOMM), Mazinho, isso preciso mudar.
“Hoje há um sistema de divisão dos trabalhadores, principalmente, dentro do sistema Petrobrás. Enquanto a empresa não fizer um ajuste neste processo licitatório, quando se iniciam esses contratos quando são abertos, deve-se observar sempre a obrigação a ser cumprida das convenções coletivas locais dos trabalhadores, senão vamos ficar com esse enfrentamento e divisão. Porque o patrão é organizado, escolhendo sempre o sindicato que incomode menos a ele. Vendo um sindicato combativo, que está lá todos os dias, cobrando em defesa dos trabalhadores, ele vai procurar um que perturbe menos” – explica Mazinho.
Sobre essa divisão de representações dos trabalhadores terceirizados, o diretor do Sindipetro-RJ, Mateus Ribeiro diz que ela interessa também à direção da Petrobrás, que na maioria das vezes, quando ocorrem problemas com os trabalhadores prefere se eximir de obrigações existentes na legislação trabalhista e na segurança do trabalho, preferindo ter como referência contratos mal ajambrados nas licitações.
“É preciso valorizar muito quando os trabalhadores conseguem se mobilizarem e arrancar uma vitória, como foi essa do pessoal terceirizado aqui do TABG. E sou do GASLUB (COMPERJ) onde tem vários sindicatos, sendo isso usado para dividir os trabalhadores que nem sabem quais são seus respectivos sindicatos. Existe um jogo de empurra frequente entre a Petrobrás e as empresas terceirizadas, com a Petrobrás fazendo que nem é com ela, como se cumprir a lei deveria estar expresso em contrato. Lei é para se cumprir, um exemplo disso é o da periculosidade. Vários colegas lá estão adentrando no perímetro estipulado para enquadramento de periculosidade e não recebem. Estamos lá fazendo a luta, é de fato um “parto” para que o mínimo do direito seja cumprido, até para que a lei seja cumprida precisamos fazer mobilizações” – finaliza.