Terceirizados relatam situação de dificuldades financeiras e de sustento de famílias por causa de calote de terceirizada do sistema Petrobrás
Nesta quinta-feira (09/01) os trabalhadores da MIPE, empresa que presta serviços para o sistema Petrobrás, realizaram um ato em frente à sede da Petrobrás no Centro do Rio. Como o Sindipetro-RJ tem noticiado, eles cobram o pagamento de salários e benefícios atrasados, além de rescisões contratuais que até o presente momento não foram pagas.
A MIPE não cumpriu um acordo para que o pagamento fosse realizado até a meia-noite da quarta-feira (08/01). Os trabalhadores e trabalhadoras presentes no EDISEN relataram que estão passando por necessidades, sendo ajudados por familiares e amigos para comprar alimentos para as suas respectivas casas.
Um Natal para esquecer
“Passamos o Natal e o Ano Novo sem ter o que celebrar, é um absurdo isso que está acontecendo conosco.” Trabalhamos e não recebemos, só promessas e mais nada. Estamos cansados. Por sua vez, a Petrobrás e Transpetro não fazem nada para nos ajudar, é muita decepção com isso que está acontecendo”, relatou um trabalhador da MIPE que não quis se identificar.
No ato foram exibidos cartazes denunciando a situação para a direção do sistema Petrobrás, que não encaminhou nenhum representante para dar uma satisfação aos terceirizados vítimas de calote da MIPE.
“É triste ver muitas pessoas passarem aqui e nos ignorarem”, desabafou outro trabalhador terceirizado.
Mobilização no TABG
Ainda pela manhã os trabalhadores da MIPE realizaram uma mobilização no Terminal Aquaviário Baía da Guanabara (TABG), na Ilha do Governador, unidade da Transpetro, denunciado o aviltante calote e o desprezo que estão sofrendo.
Greve no TEBIG
Transpetro chamou a polícia
Em um outro ato realizado na quarta no TEBIG, em Angra dos Reis-RJ, a direção da Transpetro chamou um destacamento da Polícia Militar do Estado do Rio de Janeiro (PMRJ), claramente com a intenção de intimidar os trabalhadores. É de difícil compreensão que, mesmo com um governo liderado por um metalúrgico, ligado ao movimento sindical, como Lula, que sempre pontua seus discursos pela defesa dos trabalhadores, trate a situação dos empregados da MIPE desta forma, do mesmo jeito que acontecia no governo de Bolsonaro. O direito do trabalhador não pode ser tratado pelo sistema Petrobrás, em específico pela Transpetro, como caso de polícia.
Cronologia da luta
Início de dezembro – MIPE não honra pagamentos.
23/12 – Trabalhadores entram em greve por pagamentos devidos pela MIPE.
30/12 – Houve reunião da representação sindical com a gerência local. A greve foi suspensa para a MIPE fazer todos os pagamentos devidos até o dia 08/01, fato que não aconteceu.
A MIPE não fez os pagamentos devidos até o momento e está entregando contratos em outras unidades como BOAVENTURA, EDISEN, TEJAP, TEVOL e TABG, deixando vários empregados sem pagamentos devidos também. Um absurdo!
Petrobrás tem culpa no cartório
Segundo o Decreto 9.507/2018 em situações como estas, num prazo de 15 dias, a Petrobrás tem que fazer todos os pagamentos devidos diretamente aos empregados da empresa prestadora de serviços.
O Sindipetro-RJ apoia e acompanha essa luta bem de perto!
Pelo pagamento imediato e pela realocação de todos os demitidos em outros contratos! Fora, gatas do Sistema Petrobrás!