Trabalhadores de universidades federais enfrentam intransigência do governo

Técnicos e professores das universidades e institutos federais que estão em greve há mais de 50 dias, por conta do não reajuste de seus salários, enfrentam intransigência do governo Lula que se recusa a negociar. O Sindipetro-RJ se coloca em solidariedade classista à luta dos servidores em greve!

Os trabalhadores lutam pela recomposição de seus salários em 4,5%, ainda para este ano de 2024. Já o governo federal prometeu um reajuste de zero porcento para este ano, mas com a promessa de reajustes de 13,3% a 31% até 2026, iniciando o processo de recomposição salarial somente a partir de 2025.

Desde o dia 15 de abril, quando a greve começou, são 60 universidades federais e mais de 39 institutos federais de ensino básico, profissional e tecnológico paralisados. Balanços de entidades sindicais indicam que a paralisação alcança até o momento 562 unidades de ensino em 26 estados.

Discurso contra neoliberalismo fica só na retórica

O arcabouço fiscal aplicado, neste momento, pelo governo Lula, nada mais é que uma maquiagem do famigerado “Teto de Gastos” iniciado no governo de Michel Temer, a partir de 2016. O que impressiona é que o governo de frente ampla de Lula e Alckmin, apesar do discurso, segue impondo o receituário neoliberal, desmontando o estado brasileiro em todas as esferas e setores, com cortes de gastos na educação e saúde.

Além disso, para renegociar as dívidas dos estados, sob a justificativa da Lei de Responsabilidade Fiscal, não impede que os estados promovam privatizações e não pede revisão de processos de venda, como ocorreu com o Metrô de Belo Horizonte, CEDAE no Rio de Janeiro e Sabesp em São Paulo, e neste caso financiando via BNDES essa privatização do governador bolsonarista, Tarcísio Freitas

Na gestão da Petrobrás não retomou sequer nenhum ativo que foi privatizado em governos anteriores, privatizando ainda operações da empresa no Norte Capixaba e no Polo Potiguar, no Rio Grande do Norte, ambos em 2023.  Há ainda promessas não cumpridas como a de retomar ativos como acontece no caso da Refinaria de Mataripe na Bahia (antiga RLAM), vendida a preço de banana, que até agora, apesar das sucessivas promessas, segue nas mãos do grupo Mubadala.

Sindipetro-RJ no apoio das mobilizações

Na manhã de quarta-feira (05/06), o Sindipetro-RJ se fez presente em um ato realizado no Hospital Universitário, da Ilha do Fundão, prestando apoio aos servidores federais.

“É importante dizer que esse é um projeto de privatização da educação, das nossas praias, florestas e da Petrobrás. Estamos aqui para expressar a solidariedade do Sindipetro-RJ em relação à luta dos trabalhadores e trabalhadoras das universidades e institutos federais”, disse a diretora do Sindicato, Ana Paula Baião, presente ao ato.

 

Foto em destaque: Sintufrj / ELISÂNGELA LEITE