Cada vez mais se faz necessário reforçar a importância das reuniões setoriais para que os casos sejam divulgados entre a categoria, de forma que o Sindicato possa ter subsídios para cobrar providências à direção da Petrobrás.
COVID-19 causa desembarques de emergência
Quatro plataformas da Bacia de Campos, P-18, P-20,P-26 e P-33 realizaram, nesta segunda (20), desembarques de emergência por causa de suspeita de COVID-19 para realização de testes em massa. Muitos trabalhadores apresentam sintomas da doença. As informações apuradas são de que os testes seriam realizados no Pousada Hotel Cravo e Canela em Campos-RJ.
Trabalhadores de Urucu são isolados em Hotel de Manaus
Vinte e seis empregados da Petrobrás considerados ‘essenciais’, já que atuam na área de extração e produção de gás natural, em Urucu-AM, se veem em meio ao risco de contaminação pela doença e à necessidade de serem levados ao isolamento, longe das famílias, em um andar do hotel Taj Mahal, em Manaus, caso apresentem sintomas.
Segundo o Sindipetro PA/AM/MA/ AP, fora deste grupo, outros cinco trabalhadores já foram diagnosticados com a COVID-19, sendo que um deles está internado em estado grave em um hospital particular, enquanto outros aguardam o resultado dos testes.
O Sindicato acusa a Petrobrás de negligência e alega que inicialmente foi disponibilizado um hotel de baixa qualidade em Manaus, sem qualquer assistência inicial da direção da empresa, para receber os que desembarcaram após apresentarem sintomas e ficarem em isolamento. Segundo o Sindipetro, apesar da mudança para o Taj Mahal, continuam as reclamações relacionadas à qualidade das acomodações do local.
Ainda segundo o sindicato, a transferência dos funcionários sintomáticos de Urucu para Manaus foi conseguida após negociação com a empresa. “Essa vinda desses funcionários foi negociada a duras penas com a direção local da Petrobrás. O objetivo é evitar mais contaminações dos trabalhadores que permanecem saudáveis atuando no local”.
A escala de trabalho em Urucu, que antes era em regime de 14 x 21 dias, foi ajustada para ter mais sete dias de quarentena em hotel antes do embarque. Segundo o Sindipetro, esses sete dias funcionam como uma espécie de quarentena prévia ao embarque para o local de trabalho, que são seguidos de 21 dias trabalhando e 14 dias de folga.
Apesar disso, há a reclamação, entre outras coisas, da falta de testes no embarque e desembarque dos profissionais, falta de informação ao sindicato sobre os números de casos suspeitos e confirmados e possíveis reduções salariais.
Cobranças externas
Visto que as cobranças administrativas não têm surtido efeito, e com o propósito de defender a saúde e a vida da categoria, o Sindipetro PA/AM/MA/ AP informou que irá formalizar denúncias a órgãos fiscalizadores e da Justiça relatando o quadro de absurdos e desmando nas unidades da Petrobrás no Amazonas. “Chamamos a categoria a seguir informando ao sindicato sobre situações inseguras que têm ocorrido nas unidades. Sigamos unidos e organizados para se, necessário, decidirmos juntos quaisquer outras iniciativas para garantir nossa integridade física frente à pandemia” – disse o informe oficial do Sindicato.
Sindipetro-RJ denunciou a calamidade na última sexta (17)
O Sindipetro-RJ no dia 17 de abril divulgou um alerta à força de trabalho e à sociedade sobre o estado de calamidade reinante no sistema Petrobrás diante da Pandemia da COVID-19. A direção de Castello Branco de forma oportunista usa a situação para demitir, reduzir salários e realizar hibernações e transferências, preparando o projeto da Petrobrás medíocre que aceleram para o pós-pandemia. Ao mesmo tempo, se recusam a reduzir as atividades da companhia ao necessário para combater à pandemia.
Os casos de COVID-19 em plataformas de petróleo no país já somam 126, sendo que 74 desses profissionais acessaram instalações marítimas de perfuração e produção. Ainda, segundo Agência Nacional de Petróleo, os casos suspeitos já se aproximam de 900 em várias unidades de produção na Costa.
A gestão de Castello Branco continua negando-se a fornecer as informações necessárias (sobre os óbitos, casos graves e registros por unidade) para que cada um de nós possa se proteger e decidir como fazê-lo e para o sindicato fiscalizar as medidas que estão sendo tomadas. Apesar da insistente exigência dos sindicatos quanto ao fornecimento das informações, a resposta da empresa é “que busquem os meios jurídicos ou quaisquer outros”.
Petrobrás perde duas vezes na Justiça do Trabalho
Na segunda (20), a Petrobrás perdeu o Pedido de Reconsideração sobre a liminar obtida pelo Sindicato na Justiça do Trabalho na sexta (17). Encaminhada pela FNP, a liminar suspendeu os efeitos do Plano de Resiliência imposto pela direção da Petrobrás que alterava direitos dos petroleiros. A juíza Cissa Brasoli manteve sua decisão de que a empresa deve manter os mesmos direitos, vantagens e benefícios previstos em normas internas inerentes aos regimes especiais em que os trabalhadores estão inseridos durante o período da pandemia, com pena de multa diária de R$200,00 por cada empregado.
Agora, o Ministério Público do Trabalho e a FNP têm cinco dias para se manifestarem sobre as alegações da Petrobrás.
Apesar da juíza Biasoli ter mantido sua decisão de não redução da remuneração e da jornada, ela aceitou a alegação da empresa de fazer o desconto nos pagamentos do próximo dia 25 devido à falta de tempo causada pelos dois feriados para rodar uma nova folha. Porém, a juíza determinou que o valor descontado seja pago em 10 de maio. ( leia a matéria completa no https://bit.ly/liminarMantida).
Sindicato chama setoriais
Entendendo a gravidade do momento, o Sindipetro-RJ teve a iniciativa de realizar setoriais por videoconferência, coisa inédita até então e que em pouco tempo passou a fazer parte do cotidiano de boa parte da população mundial. Fizemos um primeiro Colegiado Aberto no dia 02/04 e as primeiras setoriais em 06/04.
O Sindicato chama atenção para que a categoria se integre nos grupos de WhatsApp e acompanhe o Facebook , ferramentas que possibilitam certa interação, para além dos informativos que seguem sendo publicados, até com maior frequência e importância.
Os trabalhadores, mais que ninguém, devem discutir o contingente necessário, escalas de revezamento, quais unidades devem funcionar, com que carga, produtos e destinos. Esta disputa é fundamental neste momento em que os gestores desejam justamente aumentar a exploração, direcionar a empresa para outros interesses que não o combate à COVID-19.