Uma terça-feira de mobilizações e luta no Rio

Rio amanhece com greve de garis, rodoviários e passeata de trabalhadores de aplicativos

Nas primeiras horas da manhã desta terça (29/03), a cidade do Rio de Janeiro acordou com uma série de mobilizações de importantes categorias que seguem em luta na defesa para defender seus direitos e melhores condições de trabalho.

Trabalhadores de aplicativos

A partir das 8h da manhã, desta terça (29/03), uma concentração, organizada pelo SindiMobi, no aeroporto Santos Dumont, próximo ao estacionamento em que ficam baseados os motoristas de aplicativos. O ato saiu em caravana até a sede do Uber na Avenida Presidente Vargas, 844, Centro do Rio de Janeiro.

Motoristas do Uber denunciam que a empresa manipula tarifas de corridas, diminuindo o valor do repasse aos trabalhadores, aumentando os ganhos do aplicativo. Além disso, os profissionais pontuam que o aumento dos combustíveis não está sendo relevado na formação do preço das corridas. Empresas de aplicativos de transporte individual e de entregas não fornecem qualquer tipo de apoio e subsídio aos seus “parceiros” que lhe garantem lucros cada vez maiores.

Além disso, os profissionais pontuam que o aumento dos combustíveis não está sendo relevado na formação do preço das corridas. Empresas de aplicativos de transporte individual e de entregas não fornecem qualquer tipo de apoio e subsídio aos seus “parceiros” que lhe garantem lucros cada vez maiores.

O Sindicato considera importante a mobilização e conscientização de outras categorias, como os trabalhadores de aplicativos, tanto sobre o quanto a política de preços dos combustíveis (Preço de Paridade de Importação – PPI) do governo Bolsonaro na Petrobrás prejudica os trabalhadores de uma forma geral.

O Sindipetro-RJ esteve presente no ato, prestando apoio logístico com confecção de folhetos e cessão de carro de som.

 

Garis do Rio em greve

Trabalhadores da Companhia Municipal de Limpeza Urbana do Rio de Janeiro (Comlurb) estão em greve desde a tarde de segunda-feira (28/03). Os garis reivindicam reposição de 25% das perdas salariais, pagamento do adicional de insalubridade para determinadas funções e conclusão do plano de cargos, carreiras e salários.

No entanto, a pedido da direção da Comlurb, a desembargadora Edith Tourinho, do Tribunal Regional do Trabalho do Rio de Janeiro (TRT-RJ), concedeu uma liminar considerando a paralisação abusiva, uma vez que foi chamada quando as partes ainda buscavam evoluir nas tratativas.

O fato é que a Prefeitura de Eduardo Paes, além de não reconhecer os direitos dos garis, trata o movimento com truculência, mostrando sua real face, que não é a de “bonzinho” e

“gente boa”, como gosta de aparecer aos holofotes da mídia. Paes determinou que a Guarda Municipal faça escolta de equipes e caminhões da Comlurb que estão atuando em operação contigencial. Lideranças do movimento sofrem agressões e são detidos, como Bruno Gari, detido na segunda,  Julio Condaque , da Executiva Estadual da CSP-CONLUTAS  e o ex-vereador Babá que também foram detidos nesta terça. Em ambos os casos, o Jurídico do Sindipetro-RJ está dando suporte, contribuindo para a soltura.

 

 

O Círculo Laranja, um movimento que agrega garis da Comlurb também denuncia a truculência do prefeito Eduardo Paes no trato das demandas da categoria. “Eduardo Paes ofende os trabalhadores aos chamá-los de bardeneiros. É ele (prefeito) que desorganiza a cidade e não respeita os servidores públicos. Os trabalhadores neste momento lutam para realizar o seu trabalho com dignidade” – disse a porta-voz do movimento, Lu Ornellas.

 

Rodoviários param

A meia-noite desta terça-feira os rodoviários da cidade do Rio de Janeiro iniciaram uma greve que afetou 60% da frota. Os rodoviários estão a três anos sem qualquer reajuste salarial, e desde o último mês de setembro cobram reposição do piso da categoria e da cesta básica. Quatro dias antes, uma decisão do Tribunal Regional do Trabalho (TRT), por 4 votos a 3, extinguiu o dissídio coletivo em que o sindicato apresentou reconvenção para que fosse concedida a recomposição salarial dos rodoviários pela inflação acumulada desde 2019.

Ainda nesta manhã, a partir de 9h, o Sindicato dos Rodoviários suspendeu o movimento após o TRT ter declarado a ilegalidade do movimento.

 

 

Um dia de luta

O balanço que pode ser feito dessas mobilizações, ocorridas nesta terça, é que a paciência da classe trabalhadora e da população já está no limite. As esferas públicas de poder, a partir de Bolsonaro, do governador Claudio Castro e na prefeitura de Eduardo Paes mostram sua incapacidade em lidar com a crise que aflige milhões de brasileiros, que sofrem com a redução de direitos, salários cada vez mais achatados e o desrespeito dos gestores públicos que só respeitam o empresariado e a burguesia que só fazem acumular mais ganhos, em detrimento da pobreza que cresce de forma generalizada. Está aí, a política de preços da Petrobrás, para mostrar essa realidade, só não vê quem não quer.

 

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