No 30 de maio, no Rio, os petroleiros, além de rejeitarem por grande maioria a contraproposta da Petrobrás, realizaram abraço simbólico ao EDISE contra o fechamento dos Centros de Promoção da Saúde (CPS). “É importante ressaltarmos que essa é uma iniciativa dos trabalhadores e que vai além da defesa do CPS. É também contra a proposta de ACT e contra a destruição da Petrobrás”, disse o diretor do SINDIPETRO-RJ, Antony Devalle. No mesmo dia foi entregue à direção da empresa um abaixo-assinado formulado pelos trabalhadores da Petrobrás pedindo a manutenção do CPS que coletou milhares de assinaturas.
Prestadora de serviços questiona Petrobrás
Ainda sobre o fim do CPS, a Spaço Quality, prestadora de serviços nos CPS da Petrobrás-RJ (EDISE, EDISEN e CENPES), cujo contrato foi encerrado em 30/05, questiona em carta, a posição da companhia, que teria anunciado em comunicado interno que não houve o aceite por parte do atual prestador de serviços na proposta apresentada para um aditivo e por isso o programa seria descontinuado.
Em ofício enviado à companhia, a empresa diz que este ponto de vista é controverso e “não deixa claro e transparente o teor da proposta apresentada, a não possibilidade de uma outra negociação menos unilateral” e esclarece que a Petrobrás apresentou uma proposta de aditamento com redução de 60% para a manutenção do Programa com base no menor valor apresentado na licitação, e, ainda, incluindo novo serviço de manutenção de todos os equipamentos de musculação dos três CPS o que “inviabiliza a prestação de serviços para qualquer prestador”.
No documento, assinado pelo diretor da Spaço Quality, a prestadora afirma que “no processo licitatório é apresentado um documento que demonstra toda especificação na formatação dos preços (…) fomos bastante questionados pela própria Petrobras por nossos valores estarem muito abaixo da maioria dos participantes, porém conseguimos demonstrar que tais valores seriam possíveis para as prestações de serviços e a garantia do equilíbrio econômico do contrato (…) Nos posicionamos em reunião, afirmando nosso interesse em outros modelos de tratativa e possibilidade de ajustes, porém 60% seria “pagar para trabalhar”.
De acordo com a Spaço Quality, além do encerramento de um programa “fundamental à promoção de saúde”, 53 colaboradores perderam seus trabalhos, 4.000 usuários ficaram sem este benefício e a estrutura já montada e equipada sem utilização poderá sofrer depreciações. A empresa afirma ainda que para conseguir alguma margem de redução, propôs uma alteração do escopo de serviços, porém a Petrobras “reiterou o desinteresse no modelo atual de contrato, ajustado ou não”.
Finalizando o documento a Espaço Quality afirma que “qualquer negociação precisa ter um bom senso para que a proposta permita que o prestador de serviço tenha um retorno financeiro, por menor que seja. Não é possível para uma empresa que preza por equilíbrio econômico de seus fornecedores, retirar o pulmão e ainda solicitar vida e produtividade. Isso é aniquilamento! Não temos como, em hipótese alguma, colocar recursos financeiros para trabalhar, pois quebraremos a nossa empresa com uma decisão ilógica, comprometendo ainda outros trabalhadores e famílias”.