Sr. Paulo Guedes, ministro da Economia do governo Bolsonaro, declarou na segunda-feira (25) que demitiria os petroleiros que realizaram greve caso a Petrobrás fosse uma empresa privada. A declaração foi dada em uma entrevista, concedida nos EUA, e disse ainda que não poderíamos nos surpreender com a defesa de um novo AI-5 se as mobilizações que sacodem a América Latina chegassem ao país.
O Sr. Paulo Guedes, não custa lembrar, ajudou ativamente o ditador chileno Augusto Pinochet, sendo um banqueiro investigado por enriquecimento ilícito e fazendo parte dos setores mais gerais que também participaram da corrupção da época petista e que, provavelmente, participam de uma corrupção ainda maior agora.
O Sr. Paulo Guedes defende uma ditadura patronal ainda mais violenta, arruina a economia brasileira e deixa claro que não apenas demitiria petroleiros em greve, em uma hipotética Petrobrás privatizada, mas também coordena um esforço intensivo de preparação de demissões em massa de petroleiros, “esquecendo-se” que os petroleiros geram um lucro gigantesco. Certamente Guedes “esqueceu” também que quem denunciou irregularidades ou potenciais irregularidades sofreu assédio moral e foi punido dentro da Petrobrás.
O Sr. Paulo Guedes também “esqueceu” que não foram os trabalhadores comuns que definiram o esquema de corrupção na Petrobrás, os quais, aliás, nem podem participar das decisões da empresa, sendo uma bandeira do Sindipetro-RJ que a gestão da companhia seja democratizada, envolvendo o conjunto dos trabalhadores.
Não podemos deixar de lembrar da greve ocorrida durante o governo petista. Especialmente, da greve de 2015, que, embora tenha sido mais uma boicotada pela FUP, foi a maior greve petroleira desde a histórica greve de 1995. Infelizmente, ainda não eclodiu uma greve ainda mais forte, fazendo jus ao que exige o cenário em que vivemos.
É importante destacar que o medo de uma greve por conta de afirmações do tipo destas do sinhô Paulo Guedes não se justifica, porque a promessa de desemprego deste governo é inevitável: a Petrobrás está sendo barbaramente destruída. Sem mobilizações, ficaremos sem emprego num país em cacos, de uma forma ou de outra.
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