Regras básicas de prevenção não estão sendo respeitadas
Mesmo que tardiamente, apesar da Petrobrás ter tomado algumas providências sobre a pandemia pelo COVID-19, a empresa não definiu regras mínimas para todos. Veja as denúncias:
- Há pessoas com febre, tosse e diarreia que estão trabalhando normalmente tanto nas obras quanto nos setores administrativos;
- Segundo decreto do Governo Estadual do Rio de Janeiro, desde quarta (18), a circulação de ônibus intermunicipais, vans e afretamentos deve estar restrita às cidades, mas os trabalhadores de vários municípios da região metropolitana continuam chegando em ônibus lotados à Itaboraí. São viagens com duração de duas horas em média, não há higienização dos veículos nem o controle dos sintomáticos para o coronavírus. Apenas estão em casa os trabalhadores de Teresópolis, Petrópolis e Cabo Frio. Todos os outros estão no serviço;
- Os terceirizados estão sob gerências em áreas distintas e distantes umas das outras, mas eles chegam e saem do trabalho juntos de forma aglomerada. As contratadas estão mantendo o serviço a todo vapor no COMPERJ. Há por exemplo, grupos de dois mil e quinhentos trabalhadores num mesmo espaço. As empreiteiras não dispensaram os trabalhadores, alegando ter um contrato a cumprir. Essas contratadas só recebem o que é contratado no campo, então elas não querem tomar a iniciativa de parar a produção, visando o pagamento;
- A Petrobrás sequer determinou que estas empresas cumpram medidas preventivas ao COVID-19. Para os terceirizados, o uso dos refeitórios é mais um problema, pois continua a ser feito normalmente.
Medidas ineficazes
Quem faz revisão de contrato, por exemplo, está no teletrabalho com revezamento. Mas, a ida ao local de trabalho realmente significa um risco. A implantação do teletrabalho e do revezamento apenas diminuiu em cerca de 40% o número de pessoas no refeitório, ficando uma pessoa por mesa, mas esta ainda é uma medida que está longe de ser segura. Para os terceirizados, o uso dos refeitórios continua a ser feito normalmente.
Desde a quarta (18), algumas empresas terceirizadas estão aferindo a temperatura dos trabalhadores no COMPERJ com o uso de um radiômetro (disposição de medição térmica sem contato) para constatar se o trabalhador está ou não com febre. Acontece que todos sabemos que o estado febril pode ir e vir, então esta não é uma medida protetiva, além do fato que não temos garantias de que a medição esteja sendo feita de forma correta e com equipamentos calibrados. Segundo o “Guia de prática clínicas: Sinais e sintomas respiratórios – Tosse”, do Conselho Federal de Farmácia (CFF), “a temperatura pode mudar, dependendo destes fatores – a parte do corpo em que a medição é feita; o tipo de instrumento usado para a medição; momento do dia em que a temperatura é aferida; e ambiente em que a pessoa se encontra (mais quente, mais frio, mais seco ou mais úmido)”.
Sabe-se que apenas uma empresa, de origem chinesa, adotou a distribuição de máscaras como medida preventiva, não chegando a atingir nem 5% dos trabalhadores no COMPERJ.
A Petrobrás está, ainda, mantendo pessoas de outros estados, que continuam indo e vindo para suas cidades de origem, passando por todo um translado que é preocupante neste momento necessário de reclusão de pessoas para evitar o crescimento dos contaminados.
Ações imediatas mais enérgicas
Não é mais possível que diante de um momento grave de saúde pública, a gestão da Petrobrás continue agindo para prejudicar os petroleiros e sem responsabilidade social com toda a população, de forma alinhada com o desgoverno Bolsonaro. O Sindipetro-RJ está de olho!
Envie sua denúncia para contato@sindipetro.org.br