DIEESE: “medidas da Petrobrás são draconianas”

Não há hoje quem discorde que o petróleo é essencial para a humanidade, mesmo com todos os avanços das pesquisas e dos usos de outras fontes de energia alternativas como solar, hídrica e eólica. Avaliando, portanto, este momento de crise causada pelo COVID-19, vírus que tomou conta do planeta, o Departamento Intersindical de Estatísticas e Estudos Socioeconômicos (DIEESE) divulgou na quinta (26) uma nota preliminar sobre os impactos da pandemia nas políticas de trabalho na produção de óleo e gás, analisando o mercado do petróleo, as medidas adotadas pelas petroleiras e as condições de trabalho.
A nota começa com a seguinte pergunta: “como dar continuidade à produção desse bem sem expor os trabalhadores a uma situação de risco ainda maior que a já vigente no setor de petróleo e gás, onde se realizam
jornadas laborais extenuantes e arriscadas?” Segundo os técnicos do DIEESE, apesar de básico, o tema não é uma preocupação na sociedade, pois sequer é abordado pela mídia empresarial privada.
No documento, ressaltasse a falta de diálogo da gestão de Castello Branco na Petrobrás com os sindicatos e a adoção de “medidas draconianas” , como a imposição de sete dias de isolamento para o trabalho offshore, a intensificação do já adotado teletrabalho nos setores administrativos.
“Os trabalhadores offshore são os que apresentam a pior condição, dado que a ampliação das jornadas impõe o aumento de dias em alto mar, longe das famílias, situação ainda mais crítica em momento de grande apreensão social. (…). No trabalho offshore parece estar a maior dificuldade para o estabelecimento de políticas de combate à propagação, dado o confinamento e maior interação natural que ocorre entre trabalhadores embarcados durante semanas”, afirma a nota.
Nas refinarias, por exemplo, o documento destaca a redução do número de equipes de cinco para quatro e o aumento em 50% da jornada do turno, de oito para 12 horas.
O breve estudo de dez páginas do DIEESE traz ainda uma comparação entre as políticas adotadas até o momento por 12 empresas petroleiras no mundo e analisa o mercado do petróleo e as condições gerais de trabalho, referindo-se principalmente ao caso brasileiro. Leia a íntegra: DIEESE NOTA TEC 229 coronavirus setor oleo e gas

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