A ruptura da unidade pelas centrais majoritárias

Sindipetro-RJ sempre se posicionou pela unidade, no apoio da construção de um ato unificado. Mas não dá para aceitar estar ao lado de quem não representa a classe trabalhadora. Este dia é para estarmos com os trabalhadores que produzem diariamente nas cidades e nos campos; os verdadeiros geradores da riqueza do Brasil.

Os que criam e planejam, os que estudam e aprimoram, os que inventam, os que desenvolvem a cultura. Não dá para se somar aos que sucateiam empresas estatais, escolas e hospitais.

Os mesmos que defenderam as reformas do Trabalho e da Previdência não são amigos da classe trabalhadora. Em meio a esta pandemia, com o isolamento político de Bolsonaro e a revolta de amplos setores da população contra sua política genocida, está nas mãos da classe trabalhadora apontar a saída para o país.

É no terreno da luta de classes que podemos construí-la, por mais ultrapassado que isso pareça.

Nunca tivemos dúvidas da necessidade de um ato classista no fortalecimento à luta contra Bolsonaro e seus prepostos. A reunião das Centrais Sindicais discutiu a realização de uma live como um ato unificado, mas a política aprovada, de “um novo mundo solidário é possível”, ou algo assim, já refletia uma certa negação desta compreensão, prevalecendo a visão de seus principais atores, de uma política de conciliação de classes.

Nítido está que esse time, não quer defender as bandeiras da classe trabalhadora, mas apenas fazer um “acordão” com a burguesia para chegarem todos juntos vitoriosos nas eleições de 2022, mantendo o atendimento aos interesses dos banqueiros, empresários, credores internacionais, etc. Infelizmente, esta foi a política da direção majoritária das Centrais: transformar o 1º de Maio em um ato da Frente Ampla Eleitoral.

De imediato, houve reação de vários setores que vinham construindo o ato unificado, principalmente quando anunciaram na tarde do dia 27 de abril que estava oficializado o convite para os representantes dos poderes constituídos, inimigos dos trabalhadores: Maia, Alcolumbre e Toffoli. Frente a isso, o Sindipetro-RJ e a FNP decidiram por não corroborar com este embuste contra os petroleiros e toda a classe trabalhadora e construir um 1º de Maio classista, independente, internacionalista, de luta, impulsionado pelas Centrais CSP-CONLUTAS e Intersindical – Instrumento de Luta.

Mãos à obra! Sem essa de colaborar com quem explora os trabalhadores.

Vamos participar nesta sexta, 1º de Maio, do ato “Em defesa da vida, dos direitos, salário, emprego e renda! A vida acima do lucro: manter a quarentena!”, rompendo com a manobra das centrais majoritárias.

 

Versão do impresso Boletim 211

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