Sindicato cobra providências diante da demora de atendimento, aumento de casos e não emissão de CAT
O Sindipetro-RJ recebeu denúncias de que um trabalhador da produção da P-75 desembarcou na segunda-feira (30/11) com sintomas de COVID-19, tendo feito o exame e diagnosticado com o resultado “ positivo”. Uma das denúncias aponta ainda que o empregado procurou a enfermaria na quinta-feira (26/11), sendo somente no domingo (29/11) efetivamente atendido e reconhecido com o quadro sintomático, e finalmente desembarcado. Este trabalhador esperou durante três dias dentro da plataforma para conseguir atendimento médico!
Este caso se une a um quadro mais geral de contaminação em plataformas, que teve seu episódio mais recente no surto na P-69. No boletim diário, enviado pela empresa por força de liminar, desde o dia 15 de novembro, tivemos apenas um dia em que não teve caso confirmado nas plataformas.
Nas plataformas da Petrobrás, em 17 dias, são 38 novos confirmados e 29 novos suspeitos. Considerando que os dados se referem somente aos empregados próprios, esse número provavelmente é ainda maior se considerarmos todos os que estão embarcados, somando próprios e terceirizados.
Se considerarmos os últimos 30 dias, só pelos dados do boletim diário temos 90 casos, somando confirmados e suspeitos. Não só isso, mas não é incomum, nos relatórios, ver casos como um dia com quatro confirmados e cinco suspeitos (18 de novembro), com quatro confirmados e três suspeitos (27 de novembro), três confirmados e dois suspeitos (5 de novembro), mostrando bem como isso ocorre com surtos.
O quadro de contaminação a bordo reforça novamente o que já foi exaustivamente solicitado pelo Sindicato e chancelado pela Fiocruz em parecer , que é a necessidade de emissão de CAT para os casos. Até agora, o Sindicato não foi notificado de sequer uma emissão de CAT.
O que cobra a Carta nº 299/2020
- Diante da situação, o Sindipetro-RJ encaminhou a Carta oficio nº 299/2020, à Petrobrás, em que cobra:
- Reunião com o Sindipetro-RJ para estabelecimento imediato de comitê paritário de crise para resolver os problemas de contaminação a bordo;
- Permissão de acompanhamento da médica do Sindicato, por intermédio da comissão paritária, dos casos sendo atendidos pela empresa (desembarque, isolamento, testagem e demais atividades);
- Redução do POB ao mínimo necessário, suspendendo todas as atividades que não sejam essenciais, como comissionamento de novos sistemas que possam ser postergados;
- Suspensão do embarque em todas as plataformas e testagem de todos a bordo em todas as plataformas de nossa base de representação, e manutenção desta testagem de 3 em 3 dias até que os dados de contaminação diminuam;
- Realização de testes no desembarque, conforme também já solicitado por este Sindicato, como forma de reduzir a contaminação dos trabalhadores e permitir um atendimento rápido de assintomáticos;
- Informação imediata ao Sindicato dos dados estratificados por plataforma, conforme já exaustivamente solicitado;
- Emissão de CAT para todos os trabalhadores, incluindo o trabalhador da P-75 referenciado neste ofício.Loading...