Preços dos combustíveis: Petrobrás lança informe publicitário enganoso na TV

Direção bolsonarista e entreguista da empresa tenta explicar a injustificável política dolarizada de preços, não assumindo a responsabilidade do Governo Federal

Em material publicitário pago, em horário nobre da TV aberta, o que certamente não é um custo barato, a direção da Petrobrás tentar explicar o inexplicável para convencer à população que sua política de Preço Paridade de Importação (PPI) não tem influência na formação do preço final dos derivados vendidos aos consumidores, imputando a responsabilidade dos valores cobrados aos impostos federais e estaduais. Esconder a verdade como faz a direção da empresa comandada pelo general Joaquim Silva e Luna, apaniguado de Bolsonaro, também é fakenews.

Omissões para enganar o povo

– Na TV, a Petrobrás anuncia que seu ganho é de R$ 2,33 por litro de gasolina. É um aumento considerável desde sua propaganda anterior em que divulgava o ganho de R$ 2,00 por litro. Pra piorar, dá a entender que esse é o preço da Refinaria. Isso é mentira pois o valor correto é de R$ 4,10, segundo relatório semanal da ANP que fez o recorte da média no Brasil, entre os dias 25 e 31 de outubro de 2021. No mesmo relatório, o litro do diesel é vendido nas refinarias a R$3,65 e o gás de cozinha sai o metro³ por R$ 3,91 , na média Brasil;

Link relatório ANP
https://www.gov.br/anp/pt-br/assuntos/precos-e-defesa-da-concorrencia/precos/ppidp/precos-medios-ponderados-semanais-2013-1.xls

– A Petrobrás esconde os impostos que o Governo Bolsonaro recebe diretamente de seus cofres, mais de R$ 53,4 bilhões só até junho de 2021; e ainda  R$ 23,3 bilhões em dividendos advindos de seus lucros por sua participação como acionista;

– A Petrobrás esconde que a estrutura de preços da distribuição não muda há anos, mais por causa do PPI, revendedoras e envasadoras de gás, postos de combustíveis, produtores de biodiesel e álcool adicionados ao diesel e gasolina, respectivamente, aumentaram seus ganhos assim como o Governo Federal (Bolsonaro) e os Estados (Governadores). Quem perdeu foi o consumidor e o conjunto da economia brasileira que não se beneficiou de uma vantagem competitiva do país, tanto pela dádiva da natureza local quanto pela competência na exploração e produção do Pré-Sal.

Estados entram com ação contra a mentira

Em 10 de setembro, Distrito Federal e 12 estados da União já haviam entrando com ação civil pública contra a Petrobrás por ‘publicidade enganosa’ em propaganda sobre preço da gasolina. https://sindipetro.org.br/estadoscontestampetrobras1/ Além da suspensão da propaganda, autores da ação pedem à Justiça que a estatal seja condenada a fazer um novo informe publicitário para desfazer o “engano”.

Assinam a ação civil pública, apresentada ao Tribunal de Justiça do DF (TJDF), o Distrito Federal e os governos de Rio Grande do Sul, Pará, Maranhão, Sergipe, Piauí, Bahia, Amazonas, Pernambuco, Espírito Santo, Goiás, Amapá e Minas Gerais.

A campanha da Petrobrás questionada na Justiça veicula a seguinte informação: Você (consumidor) sabia que hoje a Petrobrás recebe, em média, R$ 2 a cada litro de gasolina que você utiliza?

Segundo o processo, os governos estaduais afirmam que a campanha induz os consumidores a um erro sobre o preço do combustível e, por isso, pedem a suspensão de sua veiculação nos meios digitais.

O fato é que a direção da Petrobrás buscava induzir o cidadão a pensar que o litro da gasolina custava R$ 2,00, ou custa R$ 2,33 na Refinaria. Pior, esconde que a grande questão foi e é o reajuste dos preços nas refinarias determinados a preços de importação (que soma da variação internacional do petróleo, do câmbio, mais custos típicos como se o derivado fosse importado: navio, custos e taxas portuárias, e transporte dos terminais na costa até as refinarias mais próximas dos mercados consumidores).

Imagem: Fernando Frazão/Agência Brasil