AMS: sobre a cobrança adicional contra o 13º/novembro

Sindipetro-RJ esclarece a categoria sobre descontos da AMS e alerta sobre como a Petrobrás adota um modelo de descarte de responsabilidade e vidas para maximizar lucros de seus acionistas

É importante esclarecer que a cobrança da parcela de desconto adicional de AMS realizada neste mês de novembro, como fosse sobre o 13º salário, é ainda um rescaldo podre do ACT 2017 de Temer, em que a FUP se negou à unidade pra lutar e contribuiu para pavimentar a implantação do ataque da resolução CGPAR 23 na AMS contra os trabalhadores. Esse movimento teve o seu desfecho no ACT 2020 com os reajustes abusivos das contribuições para as proporções 60/40(2021) e 50/50(2022).

Para relembrar, até 2017 a relação de custeio 70/30 não era uma meta, mas somente uma referência para o reajuste anual do plano, como também o reajuste dado aos salários ou aos custos médicos hospitalares, ou o aprimoramento da gestão etc. No ACT de 2017, isto mudou (https://sindipetro.org.br/boletim-47/ ) atropelando responsabilidades empresariais e destruindo conceitos internos históricos do plano, a direção da empresa, ( https://sindipetro.org.br/petrobras-implementa-os-aumentos-de-descontos-da-ams-do-act2017/ ) transformou a relação 70/30 em meta global de custeio do plano, instituiu uma cobrança adicional sobre o 13º/Novembro com descontos desde nov/2018 , e operou um aumento desproporcional ao reajuste dos salários.

Privatização: o motivo da alteração de custeio

Isto é, se repassou um risco do negócio aos trabalhadores, bem como se introduziu o conceito de déficit no plano – devido ao obrigatório encontro de contas a cada exercício, e se descaracterizou a cobrança da parcela de grande risco como seguro que era, pois a meta de custeio global considera o custo do grande risco.

O projeto de privatização em curso, pressupõe a aniquilação de responsabilidades das empresas e também dos respectivos direitos dos trabalhadores. Sempre terceirizando responsabilidades, que deveriam ser da empresa, contra o orçamento e o serviço público. É o processo de consagração do aumento da exploração dos trabalhadores no capitalismo em favor dos proprietários, empresários, mais ricos e bilionários.

Máquina de moer gente

As transformações implementadas na AMS pelas sucessivas gestões neoliberais da Petrobrás é um exemplo bem atual da piora da barbárie capitalista que a cada dia recrudesce mais no Brasil sob o governo Bolsonaro e o neoliberalismo de Paulo Guedes, que nega direitos aos aposentados e explora ainda mais os trabalhadores da ativa. Neste contexto , as grandes empresas se desobrigam a gerir a manutenção da saúde do trabalhador e de sua família, repassando para o mesmo e para a sociedade os custos vinculados de quem se aproveitou e abusou, em “vida útil” , para a produção de seu lucro e acumulação, descartando-o depois como lixo sem serventia , que já não tem mais capacidade de produção ao adentrar à velhice.

Quem ataca? E quem se limita a negociar o que e ou quem vai perder?

É fundamental alertar a categoria que a fonte primária de todos os ataques e desmandos está na disposição dos governos zerarem suas responsabilidades com os trabalhadores e a sociedade e todo assédio e corrupção que empreendem nesse rumo.

Só, então, subsidiariamente, vem a colaboração da FUP e os atropelos contra a categoria. As votações e avaliações pela categoria que, autodeterminada ou manipulada, vincula a assinatura pelo sindicato do que “aceitou” ou “se viu obrigada a assinar para redução de danos”.

Ainda, é importante situar cada ataque ao governo de plantão da época. Não dá pra culpar um documento: o ACT.
Isto é cortina de fumaça para poupar e apoiar o governo de plantão que é o agente que ataca e age massacrando a categoria e ainda atacar os Sindicatos e Federações indiscriminadamente.

Se estava errado, permanece errado ou ainda piorou, é culpa do governante de plantão.

 

Imagem Marcelo Casal Jr/ Agência Brasil