Garis do Rio denunciam tratamento dado por Paes nas negociações durante greve

Greve prossegue em seu  10º dia, trabalhadores seguem firmes e exigem negociação já!

Na manhã desta quarta-feira (06/04), os garis da Comlurb, que estão em greve desde 28/03, se concentraram em frente à sede da empresa, na Tijuca, tentando uma abertura de diálogo com o presidente da Comlurb, Flavio Gomes, para negociação de um reajuste de 15%, nos salários e ticket alimentação, mudança no plano de saúde e plano de cargos e salários.

Já na parte da tarde os garis partiram em passeata para a sede da Prefeitura do Rio de Janeiro, onde às 13h participaram de um ato conjunto com servidores municipais que também reivindicam recomposição salarial e melhores condições de trabalho.

 

Não tem arrego!

Na última quinta-feira (31/03), os trabalhadores rejeitaram uma proposta formatada em conjunto pelo Ministério Público e a Comlurb que ofereceu um reajuste imediato de 6%, mais 2% em agosto e mais um percentual que poderia chegar a 2% em novembro (mês da data-base do serviço público municipal).

“O salário base do gari é R$ 1.460,00 e o Eduardo Paes acha que 6% é o que merecemos. A escravidão acabou! Queremos reposição já! R$ 0,30 no ticket é nos tratar como escravos!” – cobra Célio Viana (gari), do Círculo Laranja.

Célio Gari, por uma determinação judicial, está impedido de se aproximar  das 39 gerências da Comlurb, em um raio de 50 metros, durante o período da greve, com multa fixada em  R$10 mil, a ser aplicada individualmente.

Trabalhadores denunciam preconceito

Ainda na terça-feira (05/04), os garis realizaram um protesto em Copacabana, em que desfilaram acorrentados e sem camisas para denunciar o tratamento dado pelo prefeito Eduardo Paes, fazendo uma analogia, ao método de não negociar com o racismo e a escravidão.

 

O sindicato da categoria, o Siemaco-RJ, vem sendo multado em R$ 200 mil por dia de greve, de acordo com decisão liminar. O Ministério Público do Trabalho considerou a greve abusiva. O sindicato chegou a suspender a greve por alguns dias (1º a 4/04) por causa das fortes chuvas.

Os garis em greve estão sofrendo por parte da Prefeitura de Eduardo Paes um processo de perseguição e difamação ao movimento, corroborado pela grande mídia que defende a administração neoliberal de Paes. Os grandes veículos de comunicação a todo momento enfatizam que a cidade do Rio de Janeiro está com lixo nas ruas, deixando em segundo plano a precarização das condições de trabalho dos garis e o impacto da inflação contra todos os trabalhadores.

O Sindipetro-RJ apoia a greve dos garis do Rio de Janeiro e presta solidariedade classista ao movimento.

 

Imagem em destaque: Caio Clímaco

 

 

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