Carta aberta do Sindipetro-RJ a todos os trabalhadores do Brasil:  a Petrobrás foi criada para servir ao Brasil e não aos banqueiros!

 A Petrobrás é a maior empresa do Brasil, seus resultados na produção de petróleo a cada dia melhoram, assim como o seu lucro. Mas infelizmente a companhia ainda segue sob o relho do neoliberalismo, do mercado financeiro, da burguesia brasileira e internacional

Entreguismo segue de pé no governo Lula

Todo o seu lucro que é gerado está sendo direcionado para os grandes acionistas nacionais e internacionais, especuladores do mercado financeiro, banqueiros, gente que não produz nada, gente que só suga as riquezas que a Petrobrás gera. Somente nos últimos cinco anos a Petrobrás pagou mais de R$500 bilhões em dividendos aos seus acionistas, essa dinheirama equivale ao seu atual valor de mercado. Ou seja, a cada cinco anos a Petrobrás doa uma Petrobrás, gerando prejuízos para os brasileiros, trabalhadores e para a própria Petrobrás.

Basta de neoliberalismo como forma de gestão no Brasil e na Petrobrás!

Lula em campanha para seu terceiro mandato presidencial prometeu retomar os ativos da empresa, mas não o fez, e a situação segue intacta. Senão vejamos: refinarias vendidas (RLAM e REMAN) que não foram retomadas, e que continuam a contribuir para o aumento dos combustíveis. Assim como a retomada da BR Distribuidora que se tornou letra morta na pauta do governo. A Petrobrás segue gerida com foco para encher os bolsos de seus acionistas, da mesma forma que aconteceu nos governos anteriores de Temer e Bolsonaro, em continuidade ao projeto das reformas neoliberais, a chamada “Ponte para o Futuro”, que agora foi rebatizado de “Arcabouço Fiscal”, medidas consensuadas entre governo e mercado para garantir os ganhos dos banqueiros e da especulação financeira que sangram os recursos do Brasil.

É um absurdo que Lula e seu governo não tenham revogado as reformas Trabalhista e Previdenciária, que foram verdadeiros retrocessos contra os direitos consagrados dos trabalhadores, e siga com banqueiros como André Esteves do BTG, orientando a política econômica e fiscal do governo.  

Contra os retrocessos no Teletrabalho e na defesa dos direitos

Já os trabalhadores da empresa vivem em luta para garantir seus direitos diante do avanço neoliberal que quer garantir somente o aumento dos ganhos dos grandes acionistas da Petrobrás. Seja na luta contra os retrocessos impostos de forma unilateral, anunciados, em 09/01, pela direção da empresa, comandada por Magda Chambriard, contra os trabalhadores administrativos no Regime de Teletrabalho, como também exigem melhores condições de trabalho em áreas operacionais com o aumento de efetivos e o fim da precarização em plataformas, refinarias e terminais.

Reivindicamos a suspensão dos retrocessos e abertura de negociação coletiva para inclusão do regramento do teletrabalho em aditivo ao ACT!

Terceirizado também é gente!

Cada vez mais se avolumam situações em que empresas contratadas do sistema Petrobrás não cumprem obrigações básicas para com seus trabalhadores que atuam na companhia. Esses trabalhadores passam por situações de penúria financeira por falta de pagamento, assédio e até mortes. Como pode empresas com contratos milionários e até bilionários com o sistema Petrobrás promoveram atrasos e calotes contra seus trabalhadores.

Os terceirizados na Petrobrás vivem a mesma realidade de outras categorias pelo país ao cumprirem escalas absurdas de 6×1, é preciso dar um basta nessa situação. Além disso, exigimos isonomia nas escalas dos terceirizados com os próprios, que cumprem atualmente plataformas 14×14, enquanto os próprios cumprem 14×21, por exemplo.

Não bastasse conviver rotineiramente com atrasos constante de salários e benefícios, além de calotes em rescisões contratuais, os terceirizados do sistema Petrobrás convivem diariamente com a precarização de suas condições de trabalho, tendo que lidar ainda com todos os tipos de assédio e até em situações fatais.

Mortes em Angra dos Reis, no TEBIG não podem ser esquecidas!

Em 27 de novembro de 2024, ocorreu no Terminal de Transpetro em Angra dos Reis (TEBIG) a queda de uma passarela, provocando mortes e ferimentos de trabalhadores terceirizados da empresa Olicampos. Segundo informado pelo Corpo de Bombeiros e Transpetro, o acidente envolveu três trabalhadores, ocasionando a morte de dois, com um outro ferido em estado grave. A tragédia aconteceu na estação de tratamento de efluente (ETE) da unidade.

Nós vamos seguir na luta por essas pautas, e exigimos que o presidente da Transpetro, Sergio Bacci, trate o Sindipetro-RJ e sua representação, na figura de seus diretores, com respeito. E que o mesmo para de ignorar a situação dos terceirizados na subsidiária da Petrobrás.

Fim dos equacionamentos da Petros e do plano de saúde dos petroleiros!

Trabalhadores e trabalhadoras do sistema Petrobrás que ao longo da vida deram o seu suor, sangue e vida pela companhia, formando o gigante que ela é hoje não podem ser abandonados e cobrados por dívidas que não são suas. Basta de enrolação aos aposentados e pensionistas que são cobrados por PEDs assassinos, que tiram a sua dignidade e até o alimento de suas casas.

A Petrobrás é do povo brasileiro, ela não pode ser usada para que esse mesmo povo e seus trabalhadores sejam aviltados e massacrados!

Por tudo isso, o Sindipetro-RJ, no conjunto da categoria petroleira que compõe suas bases exige:

  •       Uma Petrobrás para os brasileiros e não para banqueiros e especuladores;
  •       Fim do Arcabouço Fiscal e das medidas neoliberais que cortam gastos sociais;
  •       A revogação das reformas trabalhistas e previdenciária;
  •       O fim dos retrocessos no regime de teletrabalho e seu regramento no ACT vigente;
  •       Respeito aos terceirizados e isonomia para com os empregados do sistema Petrobrás;
  •       O fim dos PEDs da Petros e da AMS;
  •       Que o governo impeça a Petrobrás de abastecer a máquina de guerra genocida de Israel contra os palestinos, com petróleo e derivados brasileiros; e
  •        Uma Petrobrás 100% estatal controlada por trabalhadores

 

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