Parados desde 08/04, trabalhadores da estatal que faz a gestão das usinas nucleares (Angra 1, 2 e da inacabada 3) seguem firmes no movimento que luta contra retirada de direitos históricos nas negociações de ACT, exigindo também a readmissão de 90 trabalhadores demitidos. O Sindipetro-RJ se mostra solidário ao movimento dos trabalhadores
Além disso, os trabalhadores cobram um reajuste salarial pelo IPCA de 3,69%, e fim das medidas de austeridade que estão provocando diversas demissões. Os trabalhadores têm mantido um acampamento permanente, com a presença de suas famílias nos acessos da Central Nuclear de Angra dos Reis.
O que está acontecendo com os trabalhadores da Eletronuclear, da mesma forma que acontece no sistema Petrobrás, nada mais é do que a aplicação dos preceitos neoliberais incutidos no “Arcabouço Fiscal” de Lula e Haddad que passa a tesoura nos direitos dos trabalhadores das estatais.
Assédio de chefão aos grevistas
Na quinta-feira (09/04), o superintendente de manutenção da Eletronuclear surgiu no acampamento assediando trabalhadores que aderiram à greve, obrigando-os a voltar às atividades, conforme registrado em um vídeo do STIEPAR (Sindicato dos Trabalhadores na Indústria de Energia Elétrica nos Municípios de Paraty e Angra dos Reis). Link
Juíza estranhamente retrocedeu decisão
Na quarta-feira (09/04), a juíza titular da 8ª Vara do Trabalho do Rio de Janeiro, Valeska Facure Pereira, repentinamente se afastou do caso sobre funcionários demitidos da Eletronuclear e suspendeu a decisão tomada na terça (08/04) para que a companhia reintegrasse imediatamente todos os trabalhadores dispensados, e que suspendesse o plano de demissão, por exemplo. “Reconsidero” a decisão e “declaro a minha suspeição por motivo de foro íntimo”, declarou a magistrada, que determinou a “redistribuição” do feito”.
A juíza havia determinado também a companhia apresentasse “um plano de contingência dos impactos à segurança da operação das usinas nucleares Angra 1 e Angra 2, com a redução destes quadros”. A ação foi movida pelo Sindicato dos Trabalhadores nas Empresas de Energia do Rio de Janeiro (SINTERGIA/RJ) e pelo STIEPAR.
Na quinta-feira (10/04), os trabalhadores da sede da Eletronuclear, no Centro do Rio de Janeiro, realizaram uma paralisação de 24h em adesão ao movimento dos trabalhadores das usinas nucleares em Angra dos Reis.
Eletronuclear tira da reta
Ainda na manhã de quinta-feira, representantes da Eletronuclear e da Associação dos Empregados da Eletronuclear estiveram reunidos com a Secretaria de Coordenação e Governança das Empresas Estatais (SEST), sempre ela, para iniciação de um processo de negociação. Segundo uma nota do STIEPAT, “a SEST no encontro afirmou que não interfere nas negociações entre estatais e sindicatos, assegurando às empresas total liberdade para negociar com seus trabalhadores”, ao contrário do que dizem os diretores da empresa.
O STIEPAR através de sua conta no Instagram informa que o movimento segue firme.
Fonte: STIEPAR e Blog da Jornalista Tânia Malheiros