A privatização não melhora os serviços públicos

Enquanto Guedes quer privatizar as estatais, incluindo a gigante Eletrobrás, a espanhola ISOLUX causa prejuízos inestimáveis no Amapá. O caso está gerando discussões sobre as defesas dos privatistas de que os serviços prestados por empresas privadas são melhores do que os prestados por estatais. Entenda o caso.

Há uma semana, moradores no Amapá sofrem com a falta de energia elétrica. O serviço está sob responsabilidade do consórcio (LMTE) Linhas de Macapá Transmissora de Energia, administrada pela empresa espanhola ISOLUX.

O problema começou após um raio atingir uma subestação no dia 3 passado. Depois de quatro dias, no sábado (07), o serviço foi retomado em 13 dos 16 municípios com a promessa de que seria feito um rodízio no fornecimento para restabelecer o funcionamento normal da subestação.

A distribuidora de energia conta com três transformadores, mas há mais de um ano um deles estava parado para manutenção. Dos outros dois, um foi atingido pelo raio e o outro sofreu danos causados pelo incêndio. Resultado, 90% da população do Estado ficou sem luz, porque não havia um planejamento para emergências.

Depois do acidente, os cerca de 765 mil moradores acreditaram no rodízio divulgado, enquanto o conserto seria feito, mas o trato não foi cumprido. Famílias relatam que além da luz não retornar no horário combinado, o tempo de duração chega às vezes a apenas uma hora.

Para o engenheiro elétrico e diretor da Associação de Engenheiros e Técnicos do Sistema Eletrobrás (AESEL), Íkaro Chaves, o maior problema é a falta de manutenção, de equipamentos e de pessoal capacitado da empresa espanhola ISOLUX. “Quem ganha licitação para o direito de geração e transmissão no setor elétrico brasileiro não tem obrigações contratuais detalhadas como o tipo de equipamento que deve ser comprado ou a capacitação técnica dos trabalhadores”, diz Chaves.

Agora, o longo período sem luz traz inúmeros prejuízos à população como problemas no fornecimento de água, telecomunicações, falta de combustíveis por causa do funcionamento limitado nos postos e provavelmente não haverá eleições no próximo dia 15, pois o Tribunal Reginal Eletoral já pediu o adiamento do pleito no Estado.

Para Íkaro Chaves, “a vulnerabilidade da linha de transmissão no Amapá requer a cassação da concessão e a estatal Eletronorte deveria assumir a subestação para garantir que novos apagões não aconteçam”.

Privatizar faz mal ao Brasil e o Sindipetro-RJ está nessa luta e em defesa da Petrobrás 100% estatal.

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