A agenda de ataques aos trabalhadores é gigante: fim dos direitos trabalhistas e sociais, da livre organização sindical, das verbas da educação e saúde e um longo etc. Embora o governo Bolsonaro tenha sido eleito, a maior parte da população é contra dois pilares do seu plano: a reforma da previdência e a privatização da Petrobrás.
O mais importante agora é a unidade dos sindicatos, federações e centrais sindicais, com o objetivo de organizar a luta contra a reforma e as privatizações, como por exemplo, o dia 22 de março contra a reforma da previdência, organizado pelas Centrais Sindicais.
A via da negociação de alguns pontos de melhoria para que a privatização ou a reforma da previdência “não sejam tão ruins” nos desarmará na luta contra o desmonte de nosso ainda tímido bem-estar social. Isso acaba por legitimar e aceitar o projeto de privatização dos benefícios e socialização das dívidas como um todo, levando-nos a uma política de migalhas.
Hoje uma parte do movimento sindical ou de lideranças políticas de esquerda têm optado por esse caminho “conciliatório”.
Não acreditamos que essa deva ser nossa postura. É muito preocupante a posição de todos os governadores, incluindo o PT, de negociar apoio à reforma da previdência em troca de parte do dinheiro do leilão do excedente da Cessão Onerosa.
Nós somos contra os leilões do Pré-Sal, ainda mais da Cessão Onerosa que é resguardada à Petrobrás via contrato. Estamos concentrados em organizar o povo e mobilizar a categoria não compactuando com o entreguismo, seja dos nossos direitos ou do patrimônio público.
Infelizmente, no mesmo marco dessa tentativa de conciliação, sindicatos estão assessorando a criação de sindicatos patronais, como fez o Sindipetro da Bahia (FUP). O que os últimos anos demonstraram é que a tentativa de agradar gregos e troianos termina favorecendo somente um lado: o dos grandes empresários e banqueiros. Estes acabam ganhando duas vezes: com a nossa desmobilização nos momentos chave e depois com a retirada das “migalhas” após nossa derrota.
Não podemos esmorecer nesse momento. A nossa classe quando unida e determinada, dos ativos aos aposentados, do administrativo ao operacional, consegue sim alcançar vitórias. A greve geral contra a reforma da previdência em 2017, quando todas as centrais, apesar das diferenças, se uniram e lutaram, demonstrou isso. Outro marco foi a greve de 2015 que manteve nossos direitos em tempos de ataque. Poderíamos citar outros milhares de exemplos na história. Essa realidade não é nova.
A história já mostrou que o enfrentamento direto e a mobilização popular são o caminho. Vamos à luta, companheiros!
Nenhum direito a menos!
Versão do impresso Boletim CXII