Um trabalhador do CENPES/Petrobrás aguarda desde 26/11, uma autorização da APS/AMS para realização de uma cirurgia cardíaca
Segundo a denúncia, houve um impasse pelo fato do parecer da equipe médica ter indicado uma cirurgia cardíaca minimamente invasiva, videoassistida, a qual a AMS por duas vezes se recusou a aprovar. Para a cirurgia tradicional, de peito aberto, há uma avaliação de risco de vida feita pelos especialistas e o trabalhador em questão foi avaliado como sendo de risco 9.7, em uma escala que vai de 0 a 10 no indicador europeu de risco. Tudo isso devido ao estado de saúde dele. Com tudo isso, o plano ignorou os diversos pareceres médicos e recomendações internacionais, autorizando somente a realização invasiva de abertura toráxica, a qual tem um custo menor.
A absurda situação vem mantendo o trabalhador em espera em UTI desde 26/11, data do primeiro pedido à Saúde Petrobras, gerando exaustão emocional a ele e à toda família, além de demandar assistência psiquiátrica devido a sucessivos surtos de ansiedade.
Diante do impasse, mesmo com total apoio do Sindipetro-SJC, já que é lotado naquela base, o empregado precisou recorrer à Justiça e obteve uma liminar favorável na terça-feira (28/12), em caráter de urgência, para a liberação da cirurgia, conforme o indicativo dos pareceres médicos apresentados. Por esta razão, a APS/AMS foi forçada a autorizar o procedimento mais adequado, e único possível, para o trabalhador.
O hospital inicialmente pré-agendou a cirurgia que seria realizada nesta segunda (02/01), mas o procedimento, segundo apuramos, foi transferido para esta terça-feira (03/01), na parte da tarde, podendo ocorrer outro adiamento para quarta (04/01), pela manhã. A justificativa da instituição foi a necessidade de compra de material, mobilização de equipe médica e tempo de preparação do paciente.
A frieza na gestão de vidas
O fato é que a situação mostra como o plano de saúde dos empregados da Petrobrás trata de forma fria um problema que já se arrasta por mais de um mês, mesmo com pareceres médicos contrários a um procedimento mais invasivo, como desejava a APS/AMS.
Certamente devem estar ocorrendo situações parecidas, envolvendo outros (as) assistidos (as), as quais precisam ser colocadas em evidência para impedir que estas pessoas sofram com o mesmo problema.
A frieza dos números não pode ser motivo para deixar de salvar uma vida. Que os tecnocratas da APS/AMS resolvam e autorizem a cirurgia deste trabalhador do CENPES e que a forma de gestão do plano seja mais humanizada. O Sindipetro-RJ se solidariza aos trabalhadores e se soma nessa luta.