Benzeno continua fazendo vítimas na Petrobrás
No Dia Nacional de Luta Contra a Exposição ao Benzeno, 5 de outubro, foi divulgada mais uma morte na Petrobrás : o petroleiro Marcelo do Couto Santos (49), faleceu em virtude da exposição ocupacional a hidrocarbonetos e ao Benzeno. Ele trabalhava há 30 anos na Petrobrás, como técnico de operação no terminal de Pilões da Transpetro de Cubatão-SP.
O Sindipetro do Litoral Paulista foi informado da morte de Marcelo na terça-feira (3). No atestado de óbito, foi registrado que Marcelo sofreu uma parada cardiorrespiratória e insuficiência hepática, cirrose hepática, devido à intoxicação crônica do derivado benzeno.
“Devido aos exames periódicos que os trabalhadores da área operacional são submetidos de seis em seis meses, a gerência do terminal de Pilões já sabia há anos das alterações no sangue causadas pelo benzeno. Porém, nenhuma medida foi tomada para afastá-lo da exposição” , diz o informe do Sindipetro-LP sobre o falecimento do petroleiro.
Em meados de 2016, Marcelo passou a sofrer diversos distúrbios na saúde que o afastaram do trabalho. Preocupado com sua saúde, o trabalhador procurou por conta própria ajuda, encontrando na Santa Casa de Santos um médico que já na primeira consulta identificou imediatamente como causa de seus problemas a exposição ao benzeno. Em setembro do mesmo ano, com o agravamento das crises, Marcelo foi afastado pelo INSS e passou a receber auxílio doença. Em abril de 2017, deu entrada em sua aposentadoria por invalidez.
Apesar do sindicato cobrar da Petrobrás, insistentemente, que cumpra o acordo nacional do benzeno, a gerência de Pilões não entende que haja exposição ao agente cancerígeno.
Assim como em outras unidades do Sistema Petrobrás, os gestores do Terminal Pilões permitem, há anos, que os trabalhadores do terminal manipulem petróleo, que carrega benzeno em sua composição, além de armazenar gasolina e, até recentemente, nafta petroquímica.