Na última semana foi anunciada a visita oficial de bolsonaro ao governo dos EUA. Um encontro entre os dois presidentes deve ocorrer no dia 19 de março. Esta visita se encontra dentro de um contexto maior de aproximação entre os dois países, que foi demonstrada na disposição do governo Bolsonaro de apoiar a empreitada de Trump na Venezuela. Para os Estados Unidos, é uma chance de consolidar o avanço da hegemonia na América Latina.
Bolsonaro votou, como deputado, a favor de retirar a Petrobrás como operadora única do Pré-Sal. Votou a favor do PL 8939/17, que permite a venda de até 70% dos direitos de exploração da área de Cessão Onerosa. Agora presidente, sua política é clara no sentido de privatizar a empresa, o que atende diretamente o interesse dos Estados Unidos em manter sob seu controle as grandes reservas de petróleo do Pré-Sal através das empresas do país.
Recentemente soubemos, por diversos meios de comunicação, da notícia que uma parte do dinheiro decorrente de um acordo da Petrobrás com o Departamento de Justiça dos Estados Unidos e com a Securities & Exchange Commission, que foi 80% repassado para as autoridades brasileiras pela justiça americana, será destinado por meio de um acordo com a Força-Tarefa da Lava Jato (R$ 1,25 bilhão, metade dos R$ 2,5 bilhões pagos pela Petrobras) a uma fundação privada, com sede em Curitiba, cujo estatuto deve ser constituído pelo Ministério Público Federal, onde o MPF do Paraná e o Ministério Público do Paraná terão a prerrogativa de ocupar um assento no órgão de deliberação, mostrando estranhas relações da Operação Lava Jato direcionando os recursos para si em vinculação aos interesses norte-americanos.
Toda a conjuntura que cerca esse encontro mostra que é mais uma etapa para a consolidação da privatização da nossa empresa e entrega de nossas riquezas, bem como de todo o conhecimento técnico que desenvolvemos aqui. Mais um ataque à nossa soberania. Mais um passo rumo a uma intervenção que só vai destruir ainda mais nossos empregos e direitos. Por isso, o Sindipetro-RJ vai estar às 7 horas na Praça das Bandeiras no Cenpes, no dia 19 de março, dialogando com os petroleiros e repudiando esse encontro, e dia 22 de março faremos junto com os demais sindicatos do Brasil um grande dia de lutas em defesa de nossos direitos!
Versão do impresso Boletim CXII