O Centro de Estudos da Saúde do Trabalhador e Ecologia Humana (Cesteh/ENSP/Fiocruz) irá realizar o primeiro Encontro Integrativo do Cesteh de 2024 no próximo dia 17 de abril, às 9h, na sala 40 do Centro
Exposição ao Amianto: novos e velhos desafios será o tema da primeira atividade que terá como convidados os pesquisadores do Cesteh Eliana Felix, Francisco Pedra e Patrícia Canto, com moderação da vice-coordenadora de pesquisa, Liliane Teixeira.
“Os Encontros Integrativos do Cesteh é um espaço para discussão de pesquisa e ações realizadas por pesquisadores do Cesteh. Em abril, abordaremos o antigo tema do amianto, com três palestrantes: a Dra. Patrícia Canto, que trará o relato sobre o caso de um de seus pacientes que ganhou a ação contra a empresa; O Dr. Francisco Pedra, responsável pela nota técnica sobre a utilização do amianto no processo produtivo de cloro-alcali. E, a Dra. Eliana Félix, que apresentará os resultados de sua tese de doutorado sobre as questões de gênero na exposição ao amianto na região de Pedro Leopoldo-MG”, explica a pesquisadora.
A atividade será transmitida on-line pelo link abaixo:
https://us06web.zoom.us/j/88320213027?pwd=0YtCMfiPY8FqLKwOtCQxHBwiz4Ax6M.1
Cesteh, um parceiro do Sindipetro-RJ
O Sindipetro-RJ e o Cesteh/Fiocruz, ao longo dos últimos anos, têm desenvolvido uma parceria que produziu cooperações, pesquisas e workshops. No bojo dessa parceria, a saúde dos trabalhadores e os efeitos da produção em suas vidas. Assim, são tratados temas importantes como assédio moral, combate às opressões, precarização e segurança do trabalho, riscos do benzeno, entre outros, na ambiência do sistema Petrobrás.
Mais de 3 mil pessoas morreram no Brasil por exposição ao amianto entre 1996 e 2017
Um estudo divulgado em fevereiro 2023, produzido por pesquisadores da Fundacentro, da Universidade Federal da Bahia (UFBA) e da Universidade de Brasília (UnB), mostra que a exposição ao amianto no ambiente de trabalho continua matando no Brasil. Um levantamento de registros de óbitos de 1996 a 2017 aponta que 3.057 pessoas morreram devido a doenças relacionadas ao asbesto típicas (DRA-T) ou seja, 145 por ano. Desse total, 2.405 (76,4%) foram vítimas do mesotelioma maligno, um tipo de câncer diretamente relacionado ao amianto, também conhecido como asbesto. Do total, 1.404 eram homens e 1.001 mulheres, sugerindo um padrão predominante de exposição relacionada ao trabalho.
Os pesquisadores consultaram dados do Sistema de Informação em Saúde (SIS) – Sistema de Informação de Mortalidade (SIM), Sistema de Informações Hospitalares do Sistema Único de Saúde (SIH-SUS), Comunicação de Internação Hospitalar (CIH)/Comunicação de Informação Hospitalar e Ambulatorial (CIHA), este da iniciativa privada. E, também, o Registro Hospitalar de Câncer do Inca (Instituto Nacional de Câncer) e o Sistema de Informação de Agravos de Notificação (Sinan).
Foram consultados ainda registros de um repositório de casos de doenças relacionadas ao asbesto dos ambulatórios especializados em doenças respiratórias ocupacionais da Fundacentro, InCor/USP (Instituto do Coração/Universidade de São Paulo) e Centro de Estudos em Saúde do Trabalhador e Ecologia Humana (Cesteh/Fiocruz).
Os resultados foram publicados na revista Safety and Health at Work. Para saber mais, clique em Analysis of Mortality from Asbestos-Related Diseases in Brazil Using Multiple Health Information Systems, 1996-2017 (Análise da Mortalidade por Doenças Relacionadas ao Asbesto no Brasil Usando Múltiplos Sistemas de Informação em Saúde, 1996–2017).