Cipistas debatem impacto da reestruturação da Petrobrás sobre saúde dos trabalhadores

Foi realizado nos dias 6 e 7 de dezembro, no Edicin, o IX Encontro de Presidentes e Vice-Presidentes das Comissões Internas de Prevenção de Acidentes (Cipas) da Petrobrás, onde se analisou e debateu práticas realizadas pelas Cipas de unidades operacionais da empresa, prédios administrativos, Transpetro, Fronape, refinarias e terminais marítimos, tendo por base o Caderno de Práticas elaborado no Encontro do ano passado.

O Caderno de Práticas é um documento que contém, de forma resumida, sugestões para todas as etapas que constituem a Gestão das Cipas e este ano o documento está sendo revisado com o objetivo de aprimoramento. Do IX Encontro participaram 150 pessoas.

Uma das questões centrais debatidas no Encontro foi a do impacto que a chamada ‘reestruturação’ da Petrobrás vem causando sobre a saúde e a segurança dos trabalhadores, na medida em que aumenta o clima de instabilidade entre os petroleiros. Nesse sentido foi sugerido que as Cipas incluam esse impacto em suas pautas. “Queremos que seja disponibilizado o treinamento de análise de acidentes para todos os cipistas e que a redução do efetivo, que ocorre em várias unidades, seja discutida pelas Cipas do ponto de vista da segurança”, afirmou Thalles Leopoldo, da Reduc.

Sindicatos não são convidados oficialmente – Previsto na cláusula 116 do Acordo Coletivo de Trabalho (ACT), o Encontro é uma atividade organizada pela Petrobrás e tradicionalmente os sindicatos não são convidados. Muitos participantes, porém, criticaram essa sistemática, na medida em que inúmeras demandas relacionadas às Cipas são rotineiramente encaminhadas às representações sindicais da categoria. “Nosso compromisso é o de fazer um esforço para que o Sindipetro-RJ seja oficialmente convidado para os próximos encontros”, explicou Ricardo Luiz Bogado Duarte, diretor do Sindipetro-RJ que participou do evento.

Diretora do Sindipetro SE/AL, a petroleira Gilvani Alves reforçou a sugestão. “A Cipa tem que ver o sindicato como um parceiro na prevenção de acidentes. Por isso é importante convidar o sindicato para ações conjuntas, como campanhas e Sipats”, disse ela, para completar: “Temos que pensar e refletir a Cipa da Petrobrás como uma ferramenta que tenha independência e autonomia para investigar, fiscalizar e exigir ações de gestores na prevenção de incidentes e acidentes, na promoção da saúde e construção de meio ambiente adequado para todos os petroleiros (próprios e terceirizados). E que nas investigações de acidentes sejam atuantes para irem a fundo nas causas, principalmente naquelas de responsabilidade da gestão”.

O Encontro foi de fundamental importância para a troca de experiências entre as Cipas de todo o país, permitindo identificar as dificuldades apresentadas pelos colegas e conhecermos práticas que podem melhorar a atuação das Cipas”, avaliou Bianca Silva Marques, da Cipa do Edihb.

Nos dois dias do evento, o Sindipetro-RJ manteve uma banquinha da campanha de sindicalização no Edicin.

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