Petroleiro da RPBC era do grupo de risco, mas não havia conseguido afastamento
No último sábado (30), poucos minutos antes do ato silencioso no Edifício Valongo, em Santos-SP contra o desmonte da Petrobrás, o Sindipetro Litoral Paulista e toda categoria petroleira amanheceram com a triste notícia do falecimento de Antonio Carcavalli, técnico de operação da RPBC desde 2008.
“Xerife”, como era chamado pelos colegas, tinha 58 anos e era do grupo de risco, mas não conseguiu afastamento da empresa. Desde o início a Petrobrás vem impondo uma série de dificuldades de garantir o afastamento de trabalhadores do grupo de risco com menos de 60 anos nas unidades operacionais e assume uma postura que não valoriza vidas diante da gravidade da situação.
Esta é a segunda morte por COVID-19 confirmada na RPBC. Há semanas, o Sindipetro-LP alerta que a refinaria é foco de contaminação e que é preciso aumentar as condições de segurança e o afastamento de trabalhadores.
É muito provável que Carcavalli tenha se contaminado na refinaria. Era de um dos 15 petroleiros, que apresentaram sintomas característicos da COVID-19 após os gestores da unidade suspenderem o afastamento de um trabalhador que aguardava o resultado do teste para vírus.
Mesmo com a divulgação de que mais de 500 mil pessoas foram contaminadas até o momento no Brasil, com quase 30 mil mortes, recebemos denúncias de trabalhadores, atestadas pelas falas de alguns gerentes, que a Estrutura Organizacional de Resposta (EOR) planeja o retorno total das atividades para este mês de junho ou julho. Será que para Castello Branco e seus apaniguados vidas importam? Pelo jeito não.
Fonte Sindipetro-LP