Trabalhadores estão muito indignados depois de terem sido explorados e demitidos sem pagamentos. E, mesmo havendo o artigo 47, que garante liberdade a manifestações na Constituição Federal de Angola, uma medida ditatorial os impediu de protestar em marcha no sábado (13) em Luanda
“Fomos surpreendidos com 200 efetivos da Polícia Nacional impedindo-nos de expressar as dores que afligem nossa vida por muitos anos como chefes de família que somos. Trabalhamos para o crescimento do país, dando nossa juventude, sonhando com um futuro esperançoso de diretores, que representavam a clã dominante, de que bons dias viriam, mas tudo culminou com demissões injustas de mais de 1000 trabalhadores entre 2016-2020 no setor petrolífero angolano”, disse Vlaudimiro Chintala Pequenino, porta-voz e membro do Coletivo de Trabalhadores Demitidos da Sonangol.
Os trabalhadores haviam remetido carta ao Governador provincial de Luanda e à Política Nacional comunicando que fariam a marcha, mas houve recusa com alegação de que o Coletivo não é reconhecido como instituição, sendo que o Coletivo vem organizando todas as manifestações desde o início desta situação há oito anos. “Nós já nos reunimos variadíssimas vezes com os comandantes desta mesma Polícia Nacional. Eles tanto nos conhecem bem que possuem até nossos contatos!”, relatou Pequenino.
Para o Coletivo, o que os demitidos estão vivendo remete aos tempos da Escravidão. “Fizeram um comércio triangular de cedência temporária (trabalhadores-empresas privadas-estatal petrolífera Sonangol) e depois jogaram-nos fora sem se importar com os direitos consagrados em Lei, diferenciando-se apenas da Escravidão por não sermos vendidos fora do País”, afirmou Pequenino.
Na quinta (11), o Sindipetro-RJ/FNP aprovou Moção em apoio à luta do Coletivo que faz um alerta internacional sobre a situação. Leia mais e compartilhe: https://sindipetro.org.br/mocao-petroleiros-angolanos-sonangol/