Dia de luto e luta em memória das vítimas de acidentes e doenças do trabalho

Por Rosa Maria Corrêa

Nesta quarta (28), Dia Mundial em Memória às Vítimas de Acidentes e Doenças do Trabalho estão programadas várias ações virtuais pela vida, saúde, justiça, direitos e segurança da classe trabalhadora.

A crise sanitária que está atingindo profundamente o Brasil tem nome e sobrenome: Jair Bolsonaro. O presidente se omite de tomar providências, mente em rede pública de comunicação, nega os protocolos de prevenção conferidos pelos cientistas, cancelou compra de vacinas.

Dentre os mais afetados pela COVID-19, estão os profissionais da área da Saúde. Esgotados, segundo pesquisa da Fiocruz, realizada em todo o território nacional com 25 mil participantes do setor, 95% sofreu alteração significativa no modo de vida. Metade admitiu excesso de trabalho com jornadas além das 40h semanais e 45% deles possui mais de um emprego para sobreviver.

Em estudo do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados do Ministério da Economia, pelo menos seis mil trabalhadores da Saúde morreram entre março de 2020 e fevereiro de 2021, praticamente o dobro do que foi registrado no mesmo período entre 2019-2020. Entre os motoristas de ônibus, o crescimento de óbitos foi de 62% e entre caixas de supermercados o acréscimo foi de 67%.

Petroleiros e surtos

Ao longo da pandemia, são inúmeras as denúncias dos trabalhadores do setor operacional sobre a falta de equipamentos de prevenção para a COVID-19 na Petrobrás; os terceirizados não são considerados nem nas estatísticas sobre a doença divulgadas oficialmente pela empresa; nas plataformas, o aumento de pessoas a bordo (POB) tem sido uma exigência dos gestores bolsonaristas, levando à propagação do vírus; e, consequentemente temos registrado óbitos. Porém, não podemos deixar de acentuar que outras graves doenças causadas pela falta de implementação de políticas sérias voltadas à saúde e segurança dos petroleiros permanecem sendo um desafio, como, por exemplo, a do combate ao benzenismo. Assim como é preciso rechaçar a constante redução de efetivo que é, sem dúvida, fator causal de graves acidentes.

Mais conteúdo:

P-74 convive com suspeita de surto de COVID-19 e rotina de assédio e precarização

http://sindipetro.org.br/p-74-surto-covid-19/

P-77 apresenta mais dois casos e profissional de saúde sob suspeita de contaminação

http://sindipetro.org.br/covid-19-na-p-77/

Petrobrás e a subnotificação de COVID-19, terceirizados são invisibilizados

https://sindipetro.org.br/petrobras-e-a-subnotificacao-de-covid-19-terceirizados-sao-invisibilizados/

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