É essencial a preservação da Saúde Física e Mental

Promovida pelo SINDIPETRO-RJ, a palestra da mestre em Educação pela UFRJ e assistente social, Perciliana C. Rodrigues, “Saúde do Trabalhador não se vende e nem se delega: se defende!” integrou a programação oficial da SIPAT 2018. Ao palestrar por apenas 60 minutos, durante o horário de almoço dos petroleiros, a palestrante fez um apanhado histórico resumido sobre como chegamos hoje ao modelo de sistema em que vivemos que tem como principal motor a exploração de uma maioria de trabalhadores por um grupo minoritário que visa unicamente o lucro sem qualquer preocupação com a vida do trabalhador. Enquanto estes poucos detém os meios de produção e enriquecem, os trabalhadores seguem destituídos de condições essenciais à vida, sofrendo, adoecendo e morrendo. Este método de organização da sociedade tem um nome: Capitalismo. E a partir dessa organização, não há defesa do bem estar do trabalhador, surgindo um novo conceito de saúde para atender processos de produção e não condições de vida adequadas. Para Perciliana, “precisamos transformar essa lógica para conseguirmos alcançar uma condição de saúde”.

Tratamento desigual

Hoje, a Organização Internacional do Trabalho divulga que 20% do efetivo têm contrato regular e os outros 80% são de trabalhadores rotativos, que trabalham mais, recebem menos e não possuem direitos. Enfrentar um ambiente de trabalho em condições desiguais favorece ao adoecimento. Perciliana Rodrigues pontuou que somos iguais, mas não somos tratados da mesma forma no ambiente de trabalho capitalista, como no caso dos terceirizados, por exemplo. “São trabalhadores que exercem a mesma atividade, porém possuem carga horária, remuneração e benefícios diferentes. Essa diferenciação não é por acaso. Essa diferenciação é pensada e planejada para deixar os trabalhadores vulneráveis, num processo de insegurança total”, afirmou.

Trabalho alienado

“O trabalho distanciado – explicou Perciliana – em que o trabalhador não tem conhecimento do conjunto da produção, é um trabalho alienado, sem sentido, mortificado”. Na lógica salarial meritocrática, por exemplo, ocorre uma quebra de carreira e obriga a um maior ritmo e exploração do trabalhador para que metas impostas de produção sejam cumpridas. Essa prática tem sido responsável por um ambiente de competitividade e adoecimento com um alto índice de doenças neurológicas, com sintomas como insônia e ansiedade, por exemplo, que debilitam o trabalhador. “A saúde do trabalhador requer uma construção teórica com debates e desenvolvimento de conhecimentos científicos”, disse Perciliana.

https://youtu.be/TutNOaOqXVw

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