Elite brasileira assume entreguismo e pede venda de estatais

Em editorial a Folha de São Paulo prega privatização da Petrobrás, Banco do Brasil e Caixa Econômica Federal. Confira a opinião do Sindipetro-RJ sobre esse recorrente desejo da elite brasileira

 

No domingo (25/08), o jornal paulistano publicou em seu editorial um recado claro da burguesia brasileira e o seu desejo de entrega total das três estatais ao mercado financeiro. Desta forma, fica mais do que evidente o compromisso dos grandes veículos de comunicação do Brasil com o neoliberalismo e a pilhagem do estado brasileiro pelas burguesias nacionais e internacionais.

Um jornal de banqueiro

O discurso “modinha” segue sendo o da ineficiência e da falta de governança das empresas. Como não poderia deixar de ser o jornal da família Frias, que também é dona de empresas que possuem atuação ativa no mercado financeiro como o Pagseguro e BancoSeguro S/A, reproduz essa narrativa neoliberal e entreguista em seu jornal. Isso, certamente, explica o anseio do grupo Folha em relação ao desejo de privatização da Petrobrás, Banco do Brasil e Caixa. É olho grande mesmo!

Não é de se estranhar o posicionamento da Folha de São Paulo na defesa da dilapidação do patrimônio brasileiro como faz novamente neste momento. O veículo e a família Frias há anos defendem ardorosamente a aplicação de preceitos neoliberais na gestão do Estado brasileiro, sempre encampando campanhas de controle de gastos públicos, redução do papel do estado na economia, retirada de direitos e na venda de estatais.

Um passado que condena

Isso mostra que a Folha sempre defendeu a mão (larapia) invisível do mercado. Logo após a morte do ex-ministro e colaborador da ditadura empresarial militar, Delfim Netto, em 12/08, o jornal publicou um artigo elogioso ao economista que promoveu um dos maiores arrochos contra os trabalhadores no Brasil, intitulado “O poder e o professor Delfim Netto”, em que era preciso lembrar que era um “homem público dos mais qualificados, tecnocrata sedento por poder antes de um defensor ideológico do autoritarismo”, lembrando que Delfim lá escreveu uma coluna por 35 anos. Não custa lembrar que o mesmo jornal colaborou não somente de forma ideológica, mas também materialmente com a ditadura empresarial militar, cedendo seus carros para a Operação Bandeirante (OBAN), um centro de investigação e tortura que recebia militantes de esquerda no auge do regime de exceção nos 1960/1970, segundo informado pelo relatório oficial da Comissão Nacional da Verdade (CNV) em 2014.

Essa mesma ditadura afetou os petroleiros, com perseguições a sindicatos e trabalhadores, e com graves problemas causados a povos indígenas e a moradores de favelas, como a Vila Socó, atingida por um incêndio de grandes proporções, com grande quantidade de mortos, como está contado no livro “Petrobras e petroleiros na ditadura: trabalho, repressão e resistência” sobre a participação da Petrobrás no período autoritário, fruto de uma pesquisa apoiada pelo Sindicato.

Sindipetro-RJ na defesa da Petrobrás e das estatais

Existe um clássico ditado que diz o seguinte: “De onde menos que se espera, é que não sai nada mesmo”. Essa frase se encaixa perfeitamente nas intenções deste editorial da Folha de São Paulo.

Nós do Sindipetro-RJ não ficamos surpreendidos com as intenções do jornal da família Frias, até mesmo pelo seu histórico de atuação na sociedade brasileira. Sabemos muito bem a quem a Folha de São Paulo representa e aos interesses que ela defende, que são os interesses de uma rentista burguesia brasileira e do imperialismo internacional que sempre tem seus olhares e garras voltadas para abocanhar estatais como a Petrobrás. Aliás, a Petrobrás já é vampirizada com o atual modelo aplicado na empresa que já possui mais de 60% de suas ações nas mãos de grandes especuladores, incluindo a burguesia brasileira, que sugaram somente entre os anos de 2021 até 2023, mais de R$ 360 bilhões, uma verdadeira sangria!

Assim, o Sindipetro-RJ/FNP indica seu repúdio a esse discurso entreguista e vendilhão do editorial da Folha de São Paulo que conclama o atual governo Lula para a venda de estatais importantes, mas também busca preparar, sobretudo, o terreno para privatização mais direta do Sistema Petrobrás, com ou sem o Lula, sendo esta última a preferência do jornal da família Frias.

Os petroleiros do Rio de Janeiro defendem uma Petrobrás 100% estatal e publica, sob o controle dos trabalhadores!

 

 

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