Na tarde desta quinta-feira (22/04), a FNP e seus sindicatos participaram de uma reunião virtual com o EOR eu RH da Petrobrás para discutir o enfrentamento a pandemia de COVID-19 na Petrobrás , mas representação da empresa segue sem negociar e considerar sugestões dos sindicatos
Quem, onde e como, foi a óbito por COVID-19 na Petrobrás?
A FNP cobra a relação dos óbitos (23 mortos), com nome, lotação e unidade, assim como dos hospitalizados. Além disso, foram apresentadas críticas a não divulgação de dados sobre a situação dos trabalhadores terceirizados em situação de trabalho presencial nas plataformas e cobra mais transparência sobre a situação. A empresa alega respeito Lei de Proteção de Dados para dar não detalhes sobre os falecidos. Mais uma vez, a Federação cobra um planejamento sobre a campanha de vacinação contra a COVID-19 para os trabalhadores embarcados conforme faixa etária. Sobre a vacina contra a gripe, continua o sistema de reembolso de R$ 150, para quem recebe a dose em clínicas particulares, via botão compartilhado até outubro próximo, não realizando campanhas dentro da empresa como em anos anteriores.
Sem máscaras
A Petrobrás ainda não apresentou uma solução sobre a questão das máscaras, não dando uma definição sobre a compra de máscaras N95 (PFF2), mesmo com a indicação de uso do material por especialistas e instituições científicas. O fato é que a empresa informou que fornecerá as máscaras N95 somente para trabalhadores que estejam em offshore e nas paradas onshore, não honrando as informações dadas na reunião passada. Ainda no encontro de hoje se restringiu a informar que vai trazer um especialista semana que vem para falar sobre isso.
Enquanto isso, os trabalhadores da empresa em situação de trabalho presencial são obrigados a usar material defasado distribuído pela empresa ainda no início da pandemia em 2020.
Surto na P-77
A Federação reforça a cobrança do Sindipetro-RJ que exige a parada de produção na P-77 que apresentou na última semana uma situação de surto de COVID-19, com o desembarque de 10 pessoas, sendo dois casos confirmados. O sindicato tem alertado sistematicamente para a necessidade de desinfecção da unidade, com ampliação das medidas sanitárias para proteção aos trabalhadores.
Ainda há a denúncia de que hotéis, que hospedam trabalhadores, recebem normalmente turistas que convivem com os embarcados e desembarcados. O Sindicato cobra aplicação do protocolo da Fiocruz para prevenção e monitoramento dos trabalhadores para evitar surtos.
Empresa não cumpre decisão judicial
Também foi cobrado o cumprimento da medida judicial que impede a alteração unilateral da escala de trabalho, já que a empresa não negociou com os sindicatos ao modificar a escala dos trabalhadores, aumentando o tempo a bordo para 21 dias.
Em resposta, a representação da Petrobrás se negou a reconhecer o surto na P-77, alegando que houve apenas um aumento nos casos de suspeitos de contaminação. Segunda a empresa, nesta semana foram desembarcadas 11 pessoas, com oito casos negativados. E ainda sobre o cumprimento da decisão judicial , a representação da empresa disse que o assunto está sendo “acompanhado” pelo Jurídico da empresa.
Pelo jeito, a nova gestão da empresa, agora sob o comando de um general, Joaquim Luna e Silva, vai manter a toada da gestão de anterior de Castello Branco em negligenciar a COVID-19 na Petrobrás, o que é lamentável.
Trabalhar presencialmente na Petrobrás , é, definitivamente, ter vidas em risco.