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Nesta sexta-feira (26), a Federação Nacional dos Petroleiros (FNP) e seus sindicatos protocolaram petição na Comissão de Valores Mobiliários (CVM), que exige a cassação da função pública de Pedro Parente, como presidente da Petrobrás, e de Ivan de Souza Monteiro, da função de diretor executivo da área Financeira e de Relacionamento com Investidores da empresa.
No documento protocolado por Luiz Fernando Cordeiro, advogado do Sindipetro-RJ, e elaborado pela Dra. Raquel Sousa, a FNP denuncia as diversas infrações cometidas pela gerência da companhia a fim de desmontar o patrimônio público. Segundo a FNP, Parente e Monteiro teriam cometido omissão de fatos relevantes e comunicação de fato relevante inverídico para o mercado, infringindo a normatização da Comissão de Valores Mobiliários (CVM).
Por meio deste inquérito, a FNP espera que a inabilitação e suspensão de Pedro Parente, de Ivan Monteiro e seus comparsas, seja feita nos moldes das ações que acusam o presidente de vender ativos sem licitação.
A iniciativa faz parte do embate travado pela FNP em defesa da Petrobrás, que tem conduzido o impedimento da venda de ativos da companhia. Desde novembro do ano passado, a Federação interrompeu a venda de diversos ativos.
Caso Karoon – Esquema de fraude na venda de ativos dos campos de águas rasas de Baúna e Tartaruga Verde foi a principal motivação a ação desta sexta. De acordo com denúncia da FNP, Pedro Parente escondeu que Woodside não tinha interesse em comprar os campos e manteve a tentativa de vendê-los para Karoon, uma empresa australiana que possui capital social três vezes menor do que o valor dos campos de Baúna e de Tartaruga Verde juntos. Então, como pode uma petrolífera de U$ 450 milhões comprar ativos no valor de U$ 1,6 bilhões?
No dia 30 de março, a FNP divulgou que havia fraude na venda de Baúna e Tartaruga Verde. Para recordar o fato, vale a pena dizer que durante meses, a direção da Petrobrás afirmou que a Karoon teria vencido o processo competitivo de compra dos ativos com a Woodside (maior empresa petrolífera da Austrália). Mas, a Woodside não fazia parte da proposta e já havia comunicado, por diversas vezes, a direção da Petrobrás que não aprovava a proposta da Karoon.
Então, a proposta da Karoon era uma fraude e Pedro Parente sabia de tudo e mesmo assim, durante meses, tentou vender os dois campos, valiosíssimos, para a Karoon.
Portanto, a atuação de Pedro Parente na presidência da Petrobrás tornou-se insustentável e deve ser interrompida imediatamente, além de suspender também a sua recondução por mais dois anos na frente da empresa. (por Vanessa Ramos, da FNP)