Na noite desta terça (30), na Galeria dos Empregados do Comércio, Centro do Rio de Janeiro, aconteceu uma plenária que reuniu cerca de 2.000 ativistas com o objetivo de discutir o enfrentamento na defesa dos direitos democráticos, agora ameaçados pelo presidente eleito. Inicialmente estava agendado um ato na Cinelândia, que acabou por acontecer simultaneamente.
Em destaque, as ameaças aos direitos dos trabalhadores, como a Reforma da Previdência que é uma das prioridades do empresariado e da “transição” dos governos Temer-Bolsonaro.
O Sindipetro-RJ reforçou a necessidade da construção de uma Frente Unitária, que una a classe trabalhadora, federações, sindicatos e os movimentos sociais na defesa dos direitos dos trabalhadores, da liberdade de expressão e do direito de manifestação, conforme publicado em editorial publicado no Boletim 95.
“O nosso compromisso é de que os petroleiros vão estar na linha de frente contra este governo eleito que quer privatizar a Petrobrás, cassar nossos direitos e que quer fazer a Reforma da Previdência. Precisamos garantir um futuro democrático para esse país. A Petrobrás já sofre ataques há vários governos e o Bolsonaro quer jogar agora a pá de cal, mas precisamos lutar juntos para evitar isso.” – falou Eduardo Henrique, que estava presente junto com os demais diretores do Sindipetro-RJ e Federação Nacional dos Petroleiros (FNP), Natália Russo, Clayton Coffy, Luiz Mário e Vinícius Camargo.
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Atos pelo Brasil
Na mesma noite, em São Paulo, milhares de pessoas participaram de um ato que reuniu movimentos sociais, sindicais e estudantis fizeram em protesto contra Bolsonaro e suas propostas antidemocráticas. Os manifestantes se reuniram em frente ao vão livre do Masp e ocuparam faixas da via sentido Consolação.
Também em outras capitais ocorreram mobilizações. Em Porto Alegre, aconteceu o ato de resistência no centro histórico. Brasília também recebeu um ato na Praça Zumbi dos Palmares. Na Região Nordeste também foram realizados protestos nas cidades de Fortaleza-CE e Recife-PE.
Primeiras polêmicas servem de combustível
Três dias após o resultado das eleições, Bolsonaro e equipe divergem sobre votação da Reforma da Previdência ainda no governo Temer. Foi feito anúncio de que o banqueiro Paulo Guedes assumirá funções de presidente fato acumulando três ministérios no Ministério da Economia (Fazenda, Planejamento, e Desenvolvimento), o que fez parte da burguesia industrial torce o nariz.
Segundo circula na grande mídia, Paulo Guedes estaria em um embate com os militares, que apoiam Bolsonaro, na indicação do futuro presidente da Petrobrás. Inicialmente, o nome de Roberto Castelo Branco, um conhecido “Chicago Boy”, que foi professor de Guedes, havia sido ventilado, mas ele acabou por recusar o convite.
A fusão dos ministérios da Agricultura e Meio Ambiente também está gerando polêmica entre ruralistas e ambientalistas.
Bolsonaro em sua primeira entrevista nesta segunda (29), na TV Globo, disse que o futuro governo não irá financiar veículos de comunicação que façam cobertura negativa dele, como a Folha de São Paulo. Que ao se referir a “caçar vermelhos” estava se referindo às cúpulas do PT e do Psol. E ainda nesta terça, confessou e em um culto evangélico ministrado pelo pastor Silas Malafaia que não é o mais capacitado para o cargo de presidente da República, “mas que Deus capacita os escolhidos”.
Como se não bastasse isso tudo, foi ventilada a nomeação do atual líder da bancada da bala, Alberto Fraga (DEM-DF), candidato derrotado ao governo do Distrito Federal,para Relações Institucionais no Congresso Nacional. O detalhe é que Fraga foi condenado em setembro a quatro anos, dois meses e 20 dias de prisão, em regime semiaberto, sob a acusação de pedir 350 mil reais em propina a cooperativas de transporte, em 2008, quando era secretário de Transportes do governo José Roberto Arruda.
Bolsonaro na manhã desta quarta (31) negou pelo Twitter, afirmando que a notícia era um fake news. Mas corre na rede um vídeo publicado dia 23 de outubro em que o presidente eleito, diante de um grupo de 30 deputados, faz um convite informal a Fraga para assumir a coordenação política no “planalto”.
O fato é que nas mídias e redes sociais já começam a circular comentários de eleitores de Bolsonaro já arrependidos com a escolha que fizeram.
Sindipetro-RJ e FNP se organizam
Na próxima segunda (5/11) ocorrerá uma reunião do colegiado do Sindicato que irá fazer um balanço da nova conjuntura a partir do cenário que se apresenta com o novo presidente eleito, sendo colocada em discussão a integração do Sindipetro-RJ a esta frente em defesa da Democracia. A FNP também realiza um encontro para debater a questão no dia 13.
Atos de rua já estão convocados, tendo como eixo barrar a Reforma da Previdência e demais ataques que se precipitam, a partir do eixo das datas, conforme a seguir:
– 20/11: Dia de Zumbi e da Consciência Negra
– 25/11: Dia Nacional contra a Violência contra as Mulheres
– 03/12: Dia Internacional de Pessoas com Deficiência
– 10/12: Dia Internacional dos Direitos Humanos.