Governo Bolsonaro atravanca processos de anistia

Durante Audiência Pública sobre a situação da anistia do Brasil, realizada na última quarta-feira (3), na Comissão de Direitos Humanos e Minorias da Câmara dos Deputados, presidida pelo deputado federal Hélder Salomão (PT/ES), anistiados políticos mostraram sua indignação em relação às ações do governo no sentido de dificultar novos processos de anistia e até de rever reparações já concedidas. Denunciaram na Audiência Pública o grande equívoco que esta chamada Reforma da Previdência está pretendendo fazer, ou seja, obrigar os já  aposentados a escolherem entre receberem a reparação ou a aposentadoria.

Para o ex-vice-presidente da Comissão da Anistia José Carlos da Silva Filho, as reparações são indenizações recebidas pelos anistiados porque eles tiveram que deixar suas atividades laborais em função da perseguição política. Por isso, não podem ser consideradas benefícios previdenciários. José Carlos afirmou que não é justo rever tudo o que foi feito pela comissão.

“É absolutamente odioso e reprovável criar um espírito generalizado de suspeita sobre o trabalho de reparação que a Comissão de Anistia fez durante todo esse tempo. Porque isso vai atingir diretamente as pessoas que sofreram a violência estatal. Elas estão se sentindo novamente perseguidas.” – disse.

Na Petrobrás

O Sindipetro-RJ e a FNP foram representados pela petroleira anistiada política Fabíola Mônica, também representante na Comissão Paritária de Anistia da Petrobrás.“Infelizmente, a Petrobrás, informou na última reunião com a nossa Comissão de Anistia, realizada em 14 de março disse que não há previsão para resolver a situação dos anistiados e anistiandos que lutam por sua reintegração à empresa por conta de perseguição política e extinção de subsidiárias, quando foram demitidos. A empresa alega que vive um processo de redução de pessoal, conforme seu Plano de Negócios.” – explica Fabíola.

A Comissão Paritária de Anistia da Petrobrás volta a se reunir no próximo dia 10 de maio no EDISE.

Imagem: Pablo Valadares/Câmara dos Deputados

 

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