Por Rosa Maria Corrêa
Nesta quarta (13), repercutiu nas mídias declaração de Arthur Lira sobre a crise em relação ao preço do gás de cozinha. Ele chamou de “absurdo” um pretenso monopólio da Petrobrás no setor, que de fato não existe, mas sim um cartel privado em que somente 4 empresas controlam 92% do mercado de distribuição de gás, bem como omitindo que a adoção de reajustes constantes praticados pela hierarquia privatista na empresa , seguem o PPI (Preço de Paridade de Importação), que é dolarizado e com custos de importação falsos, é obra de seu correligionário, Michel TEMER (PMDB), e mantido por BOLSONARO, presidente de que é aliado e defensor.
Arthur Lira, deputado por Alagoas pelo Progressistas, que caminha em concurso com TEMER e BOLSONARO, alcançou a presidência da Câmara no Congresso Nacional no início deste ano com o apoio do atual e do anterior presidente – logicamente Lira nada faz com os mais de 130 pedidos de impeachment de Bolsonaro. Com mandato de dois anos, ele é um dos defensores da privatização da Petrobrás.
O jogo do Centrão
Carreirista na política, Lira, pertence ao setor que quer entregar todas as estatais para a iniciativa privada. É agropecuarista. Em 1992, se elegeu pela primeira vez em Maceió como vereador; teve três mandatos como deputado estadual de Alagoas. Foi do famigerado PFL, que virou DEM… Passou pelo PTB, PSDB, PMN e desde 2009 está no PP. Como deputado federal, está no terceiro mandato. Conseguiu muitos aliados e hoje é um dos líderes do Centrão – grupo formado por parlamentares de diferentes partidos que se unem em blocos para jogar na política nacional com o único objetivo de defender interesses próprios. São todos privatistas!
Quadrilhão do PP
Nesse jogo do Centrão de “dançar a música conforme o baile”, para seus integrantes se manterem no poder negociam apoio ao Executivo em troca de cargos na administração pública.
Por outro lado, muitos deles respondem hoje a processos no Judiciário. Por exemplo: dos 40 deputados da bancada do PP na Câmara, 18 entraram no centro das investigações da operação Lava-Jato. Lira era presidente da Comissão de Constituição e Justiça¹.
Em junho do ano passado, Lira foi denunciado, porque teria arrecadado propina de R$ 1,6 mi para o PP em contratos firmados entre a Petrobrás e a construtora Queiroz Galvão². Chegou a haver inclusive um pedido do Supremo Tribunal Federal de sequestro de bens de Lira e de seu pai, o senador Benedito Lira (PP-AL) congelando-os até o valor total de R$ 4,2 mi³. Hoje, há recurso judicial de Lira contra o inquérito e uma briga de forças entre o STF que quer seguir com a denúncia e a Procuradoria Geral da República (PGR) que tenta o arquivamento desse processo.
Destacamos, portanto, que apesar de serem árduos defensores da privatização, para esses parlamentares do Centrão as estatais servem e muito para alimentarem seus partidos e seus cargos no Congresso Nacional. E quando o monopólio é exercido por privadas como a Vibra, que assumiu a BR Distribuidora com a privatização, eles aplaudem.
Lira só acrescenta uma fakenews, contra a Petrobrás, à sua ficha corrida.
1. https://www2.senado.leg.br/bdsf/bitstream/handle/id/508423/noticia.html?sequence=1