Manifesto contra o apagão estatístico no Brasil

Os funcionários do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) estão mobilizados para lutar por verbas para o Censo 2021, orçado em R$ 2, 3 bilhões. Nesta terça (08) promoveram evento para o lançamento do livro “Nossa história nos permite dizer com certeza que com um Censo não se improvisa”, da economista Xina Clark, que entre 2011 e 2018 dirigiu o Instituto Nacional de Estatísticas do Chile, trazendo também outras colaborações sobre o Censo na América do Sul.

A realização da pesquisa em 2020 sofreu corte de recursos pelo governo Bolsonaro e foi adiada, causando a saída de gestores que pediram exoneração por insatisfação com a mudança de rumos no IBGE.

Segundo o Sindicato Nacional dos Trabalhadores no IBGE (ASSIBGE/SN), o receio é que ocorram impactos nos custos do Censo 2021 por causa da pressão inflacionária e do uso de parte do pessoal contratado em 2020 de forma temporária para pesquisas importantes como as que foram feitas sobre o coronavírus e sobre os impactos da COVID-19 no setor empresarial.

Há ainda preocupações com movimentos como o que houve em agosto passado quando o governo quis transferir recursos do Censo para ministérios.

Censura no conteúdo da pesquisa

Realizado há dez anos, o Censo demográfico é a maior operação do IBGE com vistas a todos os domicílios brasileiros com o objetivo de recolher informações sobre demografia, rendimento e acesso a serviços, entre outras, que são usadas para que decisões de políticas públicas possam ser tomadas por governantes em todo o país, principalmente medidas estratégicas de prefeitos recém-eleitos.

Um greve problema trazido pelo governo Bolsonaro é a interferência no questionário que é aplicado no Censo. A lista básica de perguntas a 90% dos brasileiros perdeu 8 perguntas e a mais completa foi reduzida de 112 para 76 perguntas, com a retirada de importantes informações como emigração, posse de bens e rendimento.

Conheça o Manifesto: Manifesto_ASSIBGE

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