Sindipetro-RJ apoia a luta dos trabalhadores que estão sendo perseguidos e demitidos pela direção da BrasFELS. Há oito anos sem reajuste salarial (!), os metalúrgicos se organizaram de forma independente e formaram Comissão de base para lutar por direitos
Ao fazerem paralisação, no dia 22/05, para se reunirem e fazerem votação, os metalúrgicos foram punidos pela direção da empresa que aplicou graves retaliações a trabalhadores que fazem parte da Comissão de base e demitiu um cipista. No mesmo dia, a Polícia Militar fez vigilância ostensiva dentro do estaleiro, fazendo o papel de segurança privada, e agindo como se os trabalhadores fossem bandidos!
O movimento foi organizado pela Comissão de base, aleita em assembleia, para negociar o Acordo Coletivo de Trabalho com a empresa, conforme está registrado em ata: “ante o abandono e a ilegitimidade do Sindicato dos Metalúrgicos de Angra dos Reis”.
Pela fiscalização imediata da Seatrium
Os trabalhadores também denunciaram que a BrasFELS, que é do grupo Seatrium, de Singapura, proprietária de vários estaleiros no mundo, bloqueou a entrada de mais de 50 trabalhadores e já teria demitido cerca de 300. Na quinta (23), os trabalhadores afirmaram que o gerente Pedro Pereira não autorizou que os cipistas entrassem no estaleiro, porque “a presença deles no estaleiro é perigosa”! Na sexta (24), pressionada pela luta, a empresa recuou, mas mantém a demissão de um cipista!
Houve ainda denúncias também de que o estaleiro mantém restaurante insalubre, com circulação inclusive de cachorros, servindo alimentação de péssima qualidade para os metalúrgicos, além de chefias que praticam assédio de forma constante.
“Querem nos calar, nos amordaçar!”
Ao denunciarem as atitudes da direção da empresa na Câmara de Vereadores de Angra dos Reis, no dia 23/05, os metalúrgicos criticaram a conduta da direção atual do Sindicato dos Metalúrgicos de Angra dos Reis, que desde fevereiro passado teria começado a negociar o Acordo Coletivo de Trabalho com a empresa, mas nada informa aos trabalhadores.
O mandato da diretoria atual no Sindicato terminou em agosto do ano passado, mas ela está se mantendo no poder por meio de recursos jurídicos e se nega a realizar eleição na base.
“Esse Sindicato é uma extensão do RH da empresa”, afirmou um dos metalúrgicos ao discursar no Plenário da Câmara. E complementou: “trabalhamos dando o nosso melhor todos os dias naquele estaleiro, debaixo de sol e de chuva. E também debaixo do chicote, porque o encarregado disse, em áudio que ele nos enviou sobre escala de trabalho, que ‘não estamos conseguindo no amor, então vamos pela dor’, nos ameaçando”.
A CSP-Conlutas acompanha a situação e pediu a mediação da Coordenaria Nacional de Promoção de Liberdade Sindical (Conalis) entre os trabalhadores e a direção do estaleiro BrasFELS. O advogado Bruno Barcia, a serviço da CSP-Conlutas, está em Angra dos Reis prestando assessoria jurídica aos metalúrgicos.
“O Sindipetro-RJ apoia qualquer luta dos trabalhadores e está aqui para firmar este compromisso. Sigam firmes e juntos!”, disse o diretor do Sindipetro-RJ, Sérgio Paes, que acompanha de perto o movimento em Angra dos Reis. Veja o vídeo gravado em Angra e compartilhe: https://www.instagram.com/p/C7XkEqjJZUU/
Por todas as readmissões, fim das perseguições aos trabalhadores e fiscalização da Seatrium no Brasil!