“Novo” aumento por mérito é mais uma medida para semear a divisão entre os trabalhadores na Petrobrás

O Sindipetro-RJ promoveu na terça-feira (13/04), na live “Papo do Meio dia”, uma análise sobre o anúncio do novo processo de aumento por mérito (anterior ANPR – Avanço de Nível e Promoção), anunciado pelo RH da empresa na segunda-feira (12/04)

Os diretores do Sindicato Guilherme Silva, Vinicius Camargo e Wesley Brito, apresentaram um painel mostrando como o novo plano do RH vai travar promoções e acentuar a liberalidade/discricionariedade das chefias nas avaliações dos empregados.

“Um dos pilares do processo de desmonte e privatização da Petrobrás é a aplicação de uma gestão de RH que ataque os direitos dos trabalhadores da empresa através de medidas como essa no avanço de suas carreiras. O ANPR é mais um ataque ao mérito dos trabalhadores, prejudicando sua vida profissional na empresa. Nós já tínhamos visto isso na implantação do PCR, quando foi prometido para quem aderisse um avanço rápido em suas carreiras, o que acabou não acontecendo” – avalia Vinícius Camargo.

O avanço por mérito representa uma mudança de regras do Plano de Carreiras e Remuneração (PCR), como diz o diretor Guilherme Silva.

“Primeiro temos que iniciar o debate dizendo que a direção da Petrobrás mentiu aos seus trabalhadores, essa é a verdade. Quando lá atrás ofereceu o PCR com as pseudo vantagens, disse, por exemplo, que iria aplicar o avanço automático a cada 60 meses, para todos os trabalhadores independente de seu avanço na carreira. Hoje, quando nos aproximamos dos 60 meses, que será no próximo ano, diz agora que isso não existe mais com o ANPR. O fato é que a direção da empresa alega que tem autonomia para alterar esse padrão sem consultar ninguém, e que isso está disposto para quem assinou o PCR. Isso mostra o nível de relação que a direção estabelece com os trabalhadores. Apresenta um plano, antecipa recursos dos trabalhadores e não cumpre o estabelecido, alegando que a regra dá poderes para ela mudar de ideia e ponto final, uma irresponsabilidade.” – explica.

“Temos que analisar isso como mais uma tentativa da direção da empresa em querer introjetar um ethos ultraliberal na categoria para criar uma cultura de hipercompetitividade entre os trabalhadores , uma cultura que é estranha aos petroleiros, que sempre tiveram um comportamento coletivo e colaborativo. Esse plano vai represar possibilidades de avanço e promoção, levando os trabalhadores a lutarem entre si com mais força, e ficar a mercê do gestor que terá a palavra final. Não há critérios e fundamentos para julgamento de uma pessoa, isso só vai aumentar o grau de subjetividade dos chefões na hora de avaliar um aumento por mérito” – analisa, o diretor Wesley Brito.

O fato é que o entrave e congelamento nos avanços e promoções vai criar condições para a desmotivação de trabalhadores e trabalhadoras na colaboração entre si em favor da Petrobrás e,
impulsionando um clima para adesão aos futuros PIDVs.

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