A gerência da P-69 manteve a produção da unidade mesmo diante do surto de COVID-19 que infectou dezenas de trabalhadores
A situação se arrasta desde o dia 12 de novembro quando o surgiu o primeiro caso confirmado. A gerência da UN-BS ao invés de parar a produção e subir a bordo uma equipe de desinfecção, para tentar barrar o avanço da doença, tem nadado contra a maré.
Os trabalhadores saudáveis estão obrigados a embarcar para suprir a demanda do quadro reduzido por conta dos altos índices de casos positivos. É uma operação “tapa buraco” em detrimento da vida dos petroleiros, pois permite a disseminação do vírus, sacrificando quem sobe a bordo. O saldo dessa conduta foi mais três trabalhadores com PCR positivo e quatro que aguardam o resultado do exame.
O Sindicato dos Petroleiros do Litoral Paulista afirma que essa é uma clara demonstração de que a gestão se preocupa apenas com o lucro visando dividir com os acionistas um bônus “bem generoso” enquanto oferece migalhas para o chão de fábrica como proposta de PLR.
Segundo o Sindipetro-LP, o sindicato acompanha o caso de perto e já apresentou junto à Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP), Ministério Público do Trabalho (MPT) e Secretaria de Inspeção do Trabalho (SIT) denúncia pela falta de segurança operacional por surto de COVID-19 na P-69.
Além disso, a representação dos petroleiros pede ainda que seja instaurado processo fiscalizatório, o que inclui uma diligência na plataforma, para constatação das denúncias apresentadas de falta de medidas de prevenção para combater o risco de contaminação por COVID-19, o que acontece nos ambientes de pré-embarque, como o aeroporto de Jacarepaguá e hotéis onde muitos se hospedam, e no interior da unidade.
Paralelamente a isso, exige também a emissão da emissão da Comunicação de Acidente de Trabalho (CAT) já que a força de trabalho foi contaminada no exercício da profissão e que seja implementada a testagem após o desembarque. Com essa medida será possível determinar antecipadamente a contaminação a bordo.
Fonte: FNP / Sindipetro-LP