Não será com a mediação do TST que a categoria será atendida em suas necessidades.
Novamente, a mediação serve de instrumento para a empresa tentar impor ataques, e agora, inclusive para além do já acordado no TST.
Nesta quinta-feira (27), a FNP, representada pelos seus coordenadores, Eduardo Henrique (Sindipetro-RJ) e Adaedson Costa (Sindipetro-LP), voltou a se reunir com o ministro Ives Gandra, no Tribunal Superior do Trabalho (TST) para debater pontos que ficaram de fora da audiência passada.
EXPLORAÇÃO E AMEAÇAS CONTINUAM
A empresa insiste em querer aprofundar a exploração de sua mão de obra, ao invés de resolver o problema do efetivo.
Quer fazer as pessoas dobrarem jornada, utilizando o Banco de Horas, indevidamente já implantado, para não pagar integralmente as horas extras, expondo os trabalhadores a uma escala ainda pior e com mais riscos.
Por outro lado, quer ganhar em cima do que já foi “garfado” no ACT vigente, mediado pelo próprio TST. Fecha-se um acordo sobre HETT (Hora Extra Troca de Turno) em cima de uma realidade e agora a empresa quer mudar as regras do jogo mudando os locais do relógio de ponto.
OS PETROLEIROS QUEREM NEGOCIAÇÃO JÁ – E DE VERDADE!
A “mediação” no TST normalmente se dá entre uma situação do que já perdemos no ACT e de uma pior ainda que a empresa pretende fazer na marra.
O resultado da reunião foi o compromisso de se esforçarem para chegarmos a alguma proposta em 30 dias.
A FNP tentou ainda resgatar o entendimento da reunião anterior, de que não haveria reflexos nas férias, mas não houve acordo.
“PUNIU, PAROU!”
A FNP relatou denúncias de possíveis retaliações a grevistas. A orientação é que o trabalhador nesta situação entre em contato com o Sindicato imediatamente. Qualquer caso será cobrado diretamente à Gerência Executiva do RH e peticionado ao TST, conforme acertado.
Sigamos vigilantes e mobilizados contra qualquer assédio!
ANSA (FAFEN-PR)
A FNP não fez parte da negociação em relação aos trabalhadores da ANSA, pois a convocação do TST foi ao Sindiquímica/FUP e a representação da Petrobrás. Da parte do Sindipetro-RJ, da pauta protocolada de greve, repudiamos as demissões em massa e fortalecemos sobremaneira a Greve Nacional Petroleira com o intuito de barrar qualquer demissão.
DIA 16 DE MARÇO – GRANDE ASSEMBLEIA PARA FAZER BALANÇO E DEFINIR MOBILIZAÇÕES
É importante que toda a categoria, principalmente a linha de frente da maior greve petroleira há décadas, façamos um profundo balanço desta greve e dele possamos extrair lições que nos preparem para os próximos e inevitáveis enfrentamentos. Inclusive, criando um Fundo de Greve para atender às necessidades de luta para enfrentar as punições, prestando apoio aos grevistas.
Sobre os acontecimentos da greve há distintas visões, inclusive internamente em cada Federação, Sindicato, ou local de trabalho. Por isso, o Sindipetro-RJ quer realizar uma grande assembleia, no dia 16 de março, para balanço da campanha que realizamos e os planos para o próximo período. Neste balanço, abordaremos a campanha do ACT 2019, a greve de outubro que não aconteceu, o processo que iniciamos novamente este ano, seu crescimento e interrupção, a mediação no TST, etc. Somente com uma visão realista dos erros e acertos poderemos efetivamente avançar.
Parabéns a todos os grevistas que com sua luta mostraram qual é o único caminho possível para se contrapor à agenda de desmandos no Sistema Petrobrás!
PLATAFORMAS
A FNP apresentou também o documento anexo, elaborado pelo Sindipetro LP, intitulado “Descumprimento ACT UN-BS”, uma lista de desconformidades observadas nas plataformas da UN-BS. Embora não estivesse na pauta e não tenha sido tema de discussão, foi protocolado junto ao RH e perante o TST para chamar a atenção para os itens listados. A ideia agora é envolver os demais sindicatos onde há plataformas para articularmos a cobrança e a mobilização do setor em relação a temas como Serviço Extraordinário, Assistência Alimentar, Benefício Farmácia, Exames Periódicos, Interstício, Excedente de Pessoal, PPP.