Sindipetro-RJ realiza seminário de greve na PBIO e convoca assembleia

Segunda (17), às 17h30, tem assembleia dos trabalhadores da Petrobrás Biocombustível para definir sobre o início e pauta da greve. No seminário, realizado na quinta (13), houve importante participação de representantes de entidades que apoiam o movimento e uma série de depoimentos de quem já fez greve e sabe que ela é um poderoso instrumento de luta. A assessoria jurídica do Sindicato também fez um esclarecimento detalhado sobre a Lei de Greve.

André Leonardo, do Morro da Formiga, ressaltou a parceria do Sindipetro-RJ com a comunidade do Morro da Formiga. Ele falou da construção do Formigação e da Organização Popular para atender a demanda de moradores nesse momento. “Tomara que vocês possam barrar os ataques e defender essa empresa que tem tanta história e tanto serviço prestado ao nosso país”, afirmou.

Jorge Antônio, diretor do SENGE-RJ e coordenador do Forum de Agrônomos informou que já está encaminhado pela Comissão de Meio Ambiente do CREA-RJ pedido para que a plenária do Conselho decida sobre o apoio à luta contra a privatização da PBIO.

Wagner Fernandes, diretor do Sindipetro-CE/PI, demitido político da Petrobrás por ter participado das lutas contra a privatização da BR Distribuidora. “Depois da privatização, veio o terror com as demissões e a retirada de direitos. E, por denunciar isso, eu estou com o meu contrato suspenso. Aqui, a usina de Quixadá está desde o governo Temer fechada num ato criminoso contra a população regional. Eram mais de três mil empregos, no sertão central do Ceará. Hoje, está implantada uma política de fome. Precisamos da Petrobrás para o povo, da PBIO para o povo, de tecnologia e de desenvolvimento que venham a servir ao povo brasileiro”, afirmou.

Cristina, do Movimento dos Pequenos Agricultores (MPA) ressaltou que a luta pela soberania alimentar que passa pelas empresas públicas. “A luta em defesa da Petrobrás é nossa. Vemos as pessoas sem ter condições de comprar o botijão de gás para se alimentar. A Petrobrás tem que ser para e pelo povo”, disse.

Antes do início das declarações de petroleiros, foi exibida a animação criada em 2020 pelo Sindipetro-RJ junto com empregados da PBIO para denunciar a privatização da PBIO – https://youtu.be/NEavKZGqyl0

A greve é justa
Antony Devalle, diretor do Sindipetro-RJ

Infelizmente, ameaças e retaliações são esperadas em uma greve, mas os trabalhadores precisam estar certos de que estão no caminho justo. Todas as tentativas de negociações foram feitas com as empresas – PBIO e Petrobrás, mas até o momento elas permanecem fechadas ao diálogo. No horizonte de curto prazo, não nos resta outra alternativa que não seja a deflagração da greve.
A PBIO é importante para a Petrobrás e para os brasileiros e a venda da PBIO coloca a demissão em massa dos trabalhadores. “Precisamos impedir a privatização e lutar pela incorporação dos trabalhadores da PBIO na Petrobrás controladora”, afirmou.

Todo mundo precisa saber o que está acontecendo
Natália Russo, diretora do Sindipetro-RJ e da FNP

Existe uma falta de visão da empresa de não reconhecer o investimento público que foi feito para a PBIO ter empregados de alta qualidade, que não podem ser descartados. “Acho que a greve é muito importante, porque pode ser noticiada pela imprensa nacional, impactando a opinião pública”.

A greve é um processo de resistência
Marcos Dias, diretor do Sindipetro-RJ

O diretor lembrou a luta dos trabalhadores dos Correios, Banco do Brasil, CEF e da CEDAE contra a privatização. “Uma greve nesse momento na PBIO é importante para defender os empregos, mas também é fazer com que essa greve extrapole e alcance a unidade com outras categorias”.

Depositem suas esperanças na luta
Igor Mendes, diretor do Sindipetro-RJ

Hoje existe uma ilusão muito grande de que o Judiciário vai ajudar de alguma forma e pelo histórico que temos há uma avalanche de decisões contra os trabalhadores (link para a live do Souto Maior)
“Porém, estamos tentando dar o melhor suporte jurídico possível através do Sindicato. Não dá para darmos perspectivas, mas vamos estar tomando todas as medidas possíveis, oferecendo todo o suporte jurídico que for necessário. O que vai dar respostas à greve vai ser o nível de mobilização”, afirmou.

Ninguém deve ficar isolado
Helayne Segatto, diretora do Sindipetro-RJ

Durante a greve, as chefias pressionam e ameaçam com demissões. Então, é importante se manter unido e buscar apoio para, por exemplo, responder e-mails. “A chefia chega a buscar as pessoas em casa para furar a greve, então todos precisam participar e a união da categoria é fundamental”, alertou a diretora.

Greve vitoriosa não é ficção, é a nossa história!
Fabíola Mônica, aposentada, uma das articuladoras da luta pela anistia de petroleiros

A diretora lembrou as grandes greves da década de 1980 durante a ditadura empresarial-militar; a de 1995, quando Fernando Henrique Cardoso queria privatizar a estatal e foi uma greve vitoriosa. “Vocês tem que ter coragem e pé no chão para saberem o que estão fazendo e a gente vai estar junto com vocês para estarmos cada vez mais fortalecidos!”, disse.

Coesão e organização
Wesley Brito, diretor do Sindipetro-RJ

A luta por nossos empregos e direitos é justa e não escolhe momento para ser feita. Nas horas de pressão, é importante respeitar o tempo de cada um, porque a greve é um ato político. “Nós sabemos da importância da revolução verde e ela não pode estar fora das mãos dos trabalhadores. Estamos ombro-a-ombro nessa luta!”, afirmou.

Vamos vencer esse desastre que está acontecendo no país
Adaedson Costa, diretor do Sindipetro-LP e da FNP

A greve é algo que se faz necessária. É um instrumento de luta dos trabalhadores. “A greve da PBIO é mais do que defender reajuste salarial, é defender emprego e defender um Brasil melhor. Tem que ter união de todos!”, disse.

Somos todos petroleiros
João Paulo Nascimento, diretor do Sindipetro-RJ e da FNP

“Essa greve não é só da PBIO, é de todos nós. Os trabalhadores da PBIO vão estar com um Sindicato que vai lutar de verdade. Não estamos vivendo um momento tranquilo, está tudo errado e temos que passar isso também para os nossos familiares, estando juntos na luta”, afirmou.

Alexandre Finamori
Diretor do Sindipetro-MG

“As conversas com os Sindipetros RJ, MG e BA são muito importantes para a construção dessa greve. É uma greve em defesa de energia limpa e da agricultura familiar aonde a iniciativa privada não quis investir.”

A PBIO é um patrimônio brasileiro
Vinícius Camargo, diretor do Sindipetro-RJ

“Existem caminhos já traçados para podermos encaminhar a luta em defesa da PBIO. Estamos numa conjuntura ruim, mas o governo está desgastado. É um momento importante para se colocar a luta dos trabalhadores”. E lembrou a histórica greve de algumas horas dos metroviários em São Paulo que derrotou o governo de Dória por um Acordo Coletivo melhor para os trabalhadores.

Informações Jurídicas

Bruno Barcia, advogado da assessoria jurídica do Sindipetro-RJ, falou sobre o direito de greve, esclarecendo todos os pontos sobre o assunto. “A greve não é somente um fato jurídico, ela é um fato social”, afirmou.O advogado também respondeu a perguntas sobre o assunto.

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