Campanha Solidariedade Petroleira vai ao Morro dos Macacos combater o alto preço do botijão de gás e falar também sobre a incompleta Abolição da escravidão no Brasil

No sábado (13), a campanha Solidariedade Petroleira esteve no Morro dos Macacos, no bairro Vila Isabel, zona Norte do Rio de Janeiro, para vender botijões de gás de cozinha a preço baixo, subsidiado pelo Sindipetro-RJ. A ação acontece numa parceria com o Movimento dos Pequenos Agricultores (MPA) e com o Pré-Vestibular VIVE (Vila Isabel Vestibulares), que funciona no próprio Morro. Foram 25 botijões de gás de cozinha (o GLP – Gás Liquefeito de Petróleo que é composto basicamente por propano e butano, diferente do gás natural – 88% de gás metano – que encanado possui pressão elevada e produz chama mais forte e estável). Cada morador beneficiado pela Campanha pagou R$ 50. Dependendo do local do Morro, os preços chegam a R$ 150! Também foi distribuída uma pequena cesta básica da Ação da Cidadania contra a Fome.

Além de atender aos vulneráveis que sem recursos são obrigados a usar outros meios, como lenha, para cozinhar, colocando em risco a saúde – como já foram noticiados casos graves de queimaduras, a Campanha também em por objetivo levar informações sobre a luta contra a privatização da Petrobrás.

Na “aula”, o diretor do Sindipetro-RJ, Antony Devalle fez um resumo histórico do PPI e explicou ainda a importância de se reverter a privatização da Liquigás e da BR Distribuidora pra que a Petrobras disponha de mais ferramentas pra manter um preço baixo, dificultando que concorrentes possam aumentar muito o preço.

Fim do PPI!

Já passou da hora de acabar com a prática do Preço de Paridade de Importação (PPI) que leva a Petrobrás a manter preços, internamente, extremamente elevados dos combustíveis e do gás de cozinha, quando o país possui tanto a matéria-prima (petróleo) quando os meios (refinarias e terminais) para transformá-lo em produtos (combustíveis e gás). Vale lembrar que durante a campanha eleitoral, Lula prometeu abrasileirar os preços dos combustíveis e do gás e isto só será possível com o fim do PPI, não pode ser uma maquiagem para suavizar regras e manter preços altos ou pior, uma mudança só de nome para enganar o povo.

“Por mais que o Brasil precise ainda importar uma parte do petróleo que refina, pra realizar misturas capazes de chegar a mais tipos de derivados, a maior parte do petróleo refinado é brasileiro, com custos de produção basicamente em reais (uma parte dos custos não é em reais, notadamente com sondas de perfuração). Não faz sentido, do ponto de vista de uma lógica de abastecer o país ao menor custo social possível, atrelar o preço ao dólar e a custos de importação”, disse Antony Devalle.

Saiba mais neste vídeo de 2022, durante Ato em defesa da Petrobrás estatal, com o diretor Antony Devalle:

Abolição incompleta

Como a atividade aconteceu no dia em que a História do Brasil fala de Abolição da escravidão, a Campanha também conversou sobre a forma incompleta que a Abolição aconteceu no País. Em 13 de maio de 1888, foi proibida a escravidão no país e libertados os negros que estavam escravizados, após muita luta dos negros, sobretudo. Mas isso não foi acompanhado de políticas públicas pra garantir uma vida digna aos ex-escravizados. Eles ficaram, por exemplo, sem acesso a terras. “Ainda hoje em dia, a maioria dos pobres no Brasil são negros. Portanto, é necessário completarmos a Abolição”, disse Antony Devalle, que citou casos recentes de trabalho análogo à escravidão, como os de vinícolas no Rio Grande do Sul e o de um homem, 51 anos, em Nova Iguaçu, na Baixada Fluminense, que cuidava de porcos numa criação irregular em troca de abrigo e comida, mas o local era muito insalubre e a comida não passava da lavagem que era dada ao porcos!

O Sindipetro-RJ defende que a estatal seja uma empresa do povo, pro povo e com o povo!

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