Mesmo sob nova direção, e com discurso de defesa do patrimônio brasileiro, empresa assina mais um acordo com concorrente, entregando de lambuja informações importantes da nova fronteira do Pré-Sal, a Margem Equatorial
No dia 9 de março durante a CERAWeek – conferência anual sobre energia realizada em Houston-EUA, a Petrobrás assinou um memorando de entendimentos com a finalidade de promover discussões e colaborações com a Shell. Segundo a Petrobrás, o objetivo é identificar potenciais oportunidades de negócio no upstream, compartilhando experiências e melhores práticas em redução de emissões de carbono e iniciativas socioambientais. O contrato tem duração de cinco anos.
Transição energética, a bola da vez
O acordo não vinculante foca em potenciais oportunidades de exploração dentro e fora do Pré-Sal, incluindo a Margem Equatorial. Também contempla esforços de transição energética, com ênfase em renováveis e Captura, Utilização e Armazenamento de Carbono (CCUS). Na frente ambiental, Petrobrás e Shell pretendem estabelecer projetos para preservar e restaurar a biodiversidade, com o objetivo de emitir créditos para compensar as emissões de carbono. Além disso, as empresas também buscarão atuar em conjunto em projetos de investimento social.
Ainda, segundo a Petrobrás, com essa parceria, as empresas reconhecem que sinergias em projetos de E&P que contemplem iniciativas de descarbonização são estratégicos em um cenário de economia de baixo carbono e reforçam a intenção de buscar novas oportunidades de parcerias no Brasil e no exterior. Para acompanhar o progresso dos estudos e discussões, serão formados comitês de representantes de ambas as empresas.
Que isso JPP!?
“Contar com parceiros como a Shell é fundamental para os planos futuros da Petrobrás, pois as parcerias conferem solidez e robustez aos projetos conjuntos em áreas que a empresa está buscando diversificação rentável, como renováveis e hidrogênio. Vamos buscar entendimento com os maiores players para seguir nessa jornada da Petrobrás por uma transição energética justa” – destaca o presidente da Petrobrás, Jean Paul Prates.
É público e notório que justiça não é o forte da Shell. Condenada internacionalmente em sua atuação predatória. Veja no link:
(Notícia de 21/01/2021)
A Shell agradece…
“Neste momento, em que a Shell comemora nosso aniversário de 110 anos de trabalho no Brasil, este empolgante acordo reforça tanto a importância do país em nosso portfólio global quanto nossa forte parceria com a Petrobrás” – disse Wael Sawan, chefão da Shell.
Um vampiro chamado Shell
Atualmente, a Shell tem 14 navios-plataforma ativos, outros três já contratados e mais três planejados para serem incorporados no futuro. A Shell é hoje a maior produtora de petróleo privada no Brasil, com média de 400 mil barris diários. O recorde, de 448 mil barris em um dia, aconteceu em 9 de outubro do ano passado. A produção brasileira corresponde a algo entre 10% e 12% da produção global da petroleira.
Em 2018, o então presidente Michel Temer nomeou três ex-chefões da Shell no Brasil para o Conselho de Administração (CA) da Petrobrás. Já, em 2020, sob o governo de Bolsonaro e Paulo Guedes foi assinado um acordo de cooperação na área de pesquisa e desenvolvimento em tecnologias de interesse mútuo, tendo um Acordo de Cooperação Técnica Estratégica (ACTE). Atualmente, Petrobras e Shell são parceiras em ativos importantes no Brasil, tais como Tupi, Sapinhoá, Mero, Atapu, entre outros.