Por que votar na Greve Nacional da FNP

Esse momento de negociação do ACT vem dire­tamente relacionado ao processo de desmon­te que a Petrobrás sofre de forma agressiva sob este governo neoliberal de Bolsonaro e Paulo Guedes que colocaram na direção da Petrobrás um neoliberal ortodoxo como Roberto Castello Branco.

Não podemos achar que os efeitos desse des­monte, capitaneados por esse trio do mal, não vão nos prejudicar em uma negociação tão complicada como essa. A aceitação de um ACT rebaixado nada mais é do que chancelar a pulverização do sistema Petrobrás, dando aval para sua entrega ao capital internacional e assinando um cheque em branco para as demissões em massa.

As atividades da Petrobrás no Nordeste já es­tão sendo desmanteladas, refinarias colocadas no balcão de negócios, FAFENs em processo de hibernação, malha de dutos pechinchados como TAG e NTS e campos de produção em liquidação. Para onde irão esses empregados próprios e terceiriz­dos, dirigir para aplicativos de transporte, ou de­sempregados com grife, sendo chamados de em­preendedores?

Chile diz não ao neoliberalismo de Guedes

A realidade é que o cenário é de fato tenebroso, vide o que aconteceu no paraíso neoliberal de Pau­lo Guedes, o Chile, onde a população faz um verdadeiro levante contra ao abandono que é submetida, o mesmo projeto que está sendo implantado neste Brasil de Bolsonaro. E, obviamente, quem trabalha no sistema Petrobrás está sujeito a uma realidade nada agradável no seu futuro, e que o nosso desejo era de uma greve unificada, mas isso infelizmente não aconteceu.

A desistência da FUP mostra um erro crasso quando a conjuntura exige avanços e não recuos. O que pode deflagrar a virada do jogo contra toda essa política de retirada de direitos dos trabalha­dores e da capitulação aos interesses financeiros internacionais é um movimento nacional e unifi­cado, que a partir dos petroleiros, agregaria cami­nhoneiros, correios, entre outras categorias.

FNP segue na luta

A Greve Nacional Petroleira é possível sim se nos levantarmos contra esses abusos e a entrega do Brasil e de suas riquezas. Apesar de não ter a maioria dos sindicatos petroleiros, a FNP agrega em suas bases mais de 50% da categoria petroleira, reunin­do bases como Litoral Paulista e Rio de Janeiro que respondem pela maior parte da produção do Pré­-Sal. Isso deixa claro que a nossa federação tem ple­nas condições de conduzir a greve e pressionar a di­reção da Petrobrás por um ACT com a manutenção dos nossos direitos e exigir o fim das privatizações.

O leilão do Pré-Sal, a ser realizado no próximo dia 6 de novembro, na Rodada de Licitações do Excedente da Cessão Onerosa e da 6ª Rodada de Partilha, reforça ainda mais a necessidade de uma greve. E assim, fazemos um chamado para a Greve para garantir nossos empregos, direitos e a contra a destruição da Petrobrás.

Versão do impresso Boletim CLIX

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