Sindipetro-RJ quer mudanças com participação democrática no C.A., compromissos da estatal com princípios e valores para e pelo povo brasileiro e defende eleições para gestores, inclusive do alto escalão
27 de abril. Essa é a data divulgada para a Assembleia Geral de Acionistas da Petrobrás que tem em pauta a confirmação de Jean Paul Prates na presidência (no momento, ele é presidente interino) e o aceite ou não dos nomes indicados para a formação do novo Conselho de Administração e Direção da empresa.
As primeiras mudanças deveriam, então, ser o presidente interino agir com o peso de sua caneta, bem como um povo inteiro não ter que ficar esperando meses por uma assembleia, cujo acionista majoritário é a União, quando há uma lista de medidas imediatas a serem tomadas como em relação à política de preços dos combustíveis, que influencia diretamente na vida de todos os brasileiros.
E há muito a fazer na Petrobrás! Há uma série de problemas que a empresa, o corpo de empregados e os trabalhadores terceirizados vêm enfrentando que precisa de soluções urgentes.
Por isso, logo na primeira reunião com o presidente Jean Paul Prates, no final do mês de janeiro, a FNP e diretores do Sindipetro-RJ entregaram documento com mais de 30 pontos, como a paralisação das privatizações; o fim do preço dos combustíveis vinculado à cotação internacional e a retomada da produção nas refinarias. Conheça o documento.
Fora, gestores bolsonaristas!
Enquanto esta assembleia não acontece, pouco de fato melhorou na estatal. Ao contrário, gestores que ainda estão em seus cargos agem rapidamente para conseguir implementar malfeitos como, por exemplo, um projeto absurdo que iria dividir uma gerência no CENPES só para abrir espaço para mais terceirização.
Saco de gatos privatistas
As indicações do governo de nomes pró-privatização (contra promessa de Lula de NADA mais privatizar na Petrobrás) são advindos da composição do Governo e loteamento de cargos em troca de apoios no Congresso – prática que tem sido recorrente e normalizada no Brasil.
A politicagem no Brasil
Nos bancos das universidades, os estudantes de Administração aprendem que o C.A. de uma empresa deve ser formado por “pessoas de diferentes setores da empresa para que tragam pontos de vistas distintos como do financeiro, vendas, administrativo, jurídico e compliance; e mesmo sendo de diferentes áreas, é essencial que todas as pessoas estejam alinhadas aos princípios e valores da empresa”.
E quais princípios e valores queremos para a Petrobrás? O Sindipetro-RJ defende que seja uma empresa para e pelo povo brasileiro. Mas, no Brasil, entra governo e sai governo e é sempre a mesma ladainha. Os eleitos negociam cargos ou colocam seus parceiros no C.A. e Direção da Petrobrás.
É lamentável que tenhamos um novo governo, por exemplo, com um ministro das Minas e Energia como Alexandre Silveira (PSD), ex-aliado de Bolsonaro; que apoiou a reforma Trabalhista; ex-delegado da Polícia Civil no Vale do Aço, que entrou para a política, em 2002, através do famigerado Partido Liberal (PL) de Álvaro Valle, arqui-inimigo da luta dos trabalhadores, que foi, por exemplo, da Aliança Renovadora Nacional (ARENA) – partido criado em 1965 para dar sustentação política à ditadura no Brasil.
Então, que tipos de nomes esperaríamos que fossem indicados para a Petrobrás?
Futuro de lutas
Somente com a organização e mobilização os trabalhadores conquistarão avanços. É inaceitável ter no comando da Petrobrás nomes envolvidos com históricos duvidosos. É inaceitável manter no comando da Petrobrás nomes que colaboraram com a
destruição da empresa durante o governo Bolsonaro.
É chegada a hora dos petroleiros poderem participar destas escolhas! Por um C.A. com participação democrática! Por uma Direção eleita e compromissada em retirar a Petrobrás da sombra do desmonte, da privatização, da insegurança, da terceirização, do assédio;
da falta de respeito nas negociações com os trabalhadores e representantes sindicais. É preciso salvar a PETROS, defender a AMS, acabar com o PPP, pactuar a PLR conforme proposta da FNP , por exemplo.
Apesar do esforço que envolveu a última eleição para barrar a extrema direita, só com muita luta será possível reconstruir o Sistema Petrobrás!