REAGE CENPES! A hora é essa!

O Sindipetro-RJ convoca trabalhadoras e trabalhadores do CENPES a RESGATAR NOSSO CENTRO DE PESQUISAS EM TODA SUA PLENITUDE. Como diz nosso slogan da campanha do ACT, é hora de RECONSTRUIR A PETROBRÁS E RECUPERAR DIREITOS!

 

Na sexta-feira (11/08), em reunião realizada com a representação da Petrobrás, dirigentes do Sindicato, em companhia de trabalhadores da base do CENPES, cobraram da hierarquia da Petrobrás o fim do sucateamento da unidade. O foco desta primeira reunião, uma vez que, em ocasião anterior, a Gerente Executiva disse não compreender o que queríamos dizer com “desmonte da pesquisa”, foi justamente demonstrar a situação em que se encontra a unidade.

Significa o resgate do Centro de Pesquisas como tal e, para isso, não só corrigir aspectos do modelo de colaboração ou da quantia ou destinação de investimentos necessários, mas, fundamentalmente mudar o modo de encarar a ‘produtividade’ do CENPES, para além das ‘entregas de valores’ e ‘bags of money’ (sic), pensando sobretudo na liberdade do pesquisador, nas suas condições de trabalho, na valorização da ciência e da pesquisa, em uma gestão que não se baseie na pressão do caixa, sempre abarrotado, para garantir a remuneração máxima e imediata dos acionistas” – afirmou o Sindipetro RJ, ao apresentar a pauta aos gerentes do RH e do CENPES.

A gestão liberal também conhecida como bolsonarista é baseada em “fake news”, e a maior mentira que esta gestão criou é de que só agora o CENPES está produzindo resultados de interesse da companhia. Para tanto, apagaram ou destruíram arquivos da história do CENPES, incentivaram a aposentadoria de milhares e trouxeram para o CENPES um grupo de gerentes que não entende nada do que seja desenvolver tecnologia nacional para a produção de petróleo e de energia.

Além disso, importaram um modelo de gestão oriundo das práticas da tecnologia de informática, como se no PD&I a realidade fosse virtual. Foi comentado que os melhores projetos do CENPES têm mais de 10 anos e que atualmente com essa visão de curto prazo o CENPES perdendo conhecimento e o seu potencial de inovação disruptiva e está comprando tecnologia ultrapassada.

Os gerentes presentes na reunião apresentaram informações sobre os resultados do CENPES, resultados que eles consideram de sucesso, que encantam o público externo, e que, apesar de parecerem encantadores, testemunham a realidade do desmonte do CENPES em números e gráficos. Também tentaram explicar o processo de gestão das patentes, confirmando o fato da inexistência de uma gestão de tecnologia baseada em patentes, mas tão somente propaganda. O fato é que a incapacidade desta gestão de recuperar o CENPES é tão grande e manifesto, que o Sindicato se vê obrigado a “tornar pauta” o modelo de gestão e as linhas de pesquisa.

O debate está iniciando e o Sindicato convoca a todos a contribuir para este novo e grande movimento de transformação do desenvolvimento tecnológico da Petrobras. Denunciem fatos relacionados a gestão da Tecnologia, das EVs, dos assédios intelectuais dos gerentes, dos clientes, e das limitações internas para o trabalho intelectual!

 Pauta expressa demanda reprimida dos pesquisadores e demais trabalhadores

No início da reunião, do dia 11/08, foram listados os temas trazidos pelos trabalhadores, a saber: Projeto Netuno (cápsula do tempo); Resgaste do Centro de Pesquisas como tal; Terceirização; Reposição de efetivo; Função social do CENPES; Localização do Cenpes na estrutura organizacional da Petrobrás; Desbolsonarização/ tirar privatistas e liberais da hierarquia; Aspectos de SMS, deslocamento de funções e indicações de chefia, gestão de mudanças, desmembramento de gerências, comissões de investigação, assédio sexual / moral / intelectual.

 

 

Será que a Petrobrás hoje descobriria o Pré -Sal?

“Hoje não teríamos condições de desenvolver uma nova Bacia de Campos e um Pré- Sal como existe hoje, por conta desse abandono que o CENPES tem sido submetido ao longo dos anos” – criticou o Sindicato.

O Sindipetro-RJ exige que seja retomada o modelo de pesquisa voltado historicamente para suprir as necessidades da população brasileira, e não o atual modelo que privilegia os acionistas da Petrobrás. Além disso, a representação sindical pontuou que já está na hora de acabar com o modelo de gestão baseado no assédio e na burocratização excessiva dos processos de trabalho e pesquisa.

Foi ressaltado o papel social da Petrobrás, contrapondo-se à lógica da maximização do lucro dos acionistas, e, neste aspecto, a função que o CENPES, em particular, pode exercer para modificar o papel de colônia do Brasil, de exportador de commodities, esperado pela Ordem Mundial e reproduzido pelos seguidos governos liberais e de ultradireita.

A representação da empresa, por outro lado, ficou de dar uma devolutiva, não sem antes reafirmar o “foco nos resultados e negócios da companhia”, o que, na opinião do Sindicato, deveria corroborar e não contrapor tudo o que imaginamos para o papel do CENPES. Em função do qual, aliás, acreditamos que não deva estar sob uma determinada diretoria, para não se limitar nem se dispersar, mas sim interagir com todos os setores da companhia.

Prêmios para melhorar notas das agências de risco

Por sua vez, a representação da Petrobrás disse que está desenvolvendo um modelo de gestão na unidade centralizado, focado na inovação, citando prêmios recebidos no Brasil e no exterior, o mais recente do Valor Econômico. Mostrando assim, uma realidade que não leva em conta as dificuldades do dia a dia, enfrentadas pelos trabalhadores e pesquisadores do CENPES, e buscar assim esconder o desmonte. É preciso enfatizar que essas premiações na visão do modelo atual aplicado pela hierarquia da empresa têm por objetivo real, melhorar dados sociais e de sustentabilidade para manter em alta seus indicadores avaliados por agências de análises de risco e seus investidores do mercado financeiro. Isso em meio ao excessivo uso de termos anglófonos, atualmente comum na colonizada cultura corporativa.

Terceirização e reposição de efetivo

Com a separação das gerências dos laboratórios entre o pessoal de NM e NS, promove-se a alienação do trabalho dos técnicos, cria-se um obstáculo à inovação e, com o baixo efetivo, além dos riscos de segurança, se contribui para sua terceirização

É a máxima de “quem não faz não aprende, e não desenvolve tecnologia”. Ao passo que defendemos os companheiros(as) terceirizados(as) que recebem salário e tratamento discriminatórios, também denunciamos que este processo por um lado está sujeito a uma rotatividade de profissionais que não permite o acúmulo de conhecimento para a comunidade de pesquisa do CENPES.

São contratos que não se justificam menos ainda. Podemos citar, por exemplo, a terceirização da pesquisa geológica. É público e notório que, há tempos, empresas concorrentes se apropriam do conhecimento gerado pela Petrobrás, a partir do CENPES, uma ação que é maquiada como “parceria”. Infelizmente, o que temos de resposta até o momento é que nossos laboratórios e demais setores, inclusive mais operacionais do CENPES não terão seu efetivo de NM reposto tão cedo, nenhuma vaga nas seleções atuais, nem do cadastro de reserva.

Com o head count ainda em andamento, só para o final do ano saberemos quantas vagas serão pedidas para os concursos que – espera-se – devem ser realizados. O Sindicato solicitou participação dos trabalhadores no cálculo deste efetivo, haja vista declarações de gerentes que estariam minimizando esta questão, aqueles gerentes mais realistas que os reis, que querem economizar na PDI da companhia, para performar no GD da sua gerência visando mesmo engordar o PPP pro seu bolso.

Mais uma vez, a empresa foi alertada sobre irregularidades e péssimas condições de trabalho e das equipes de “portfólio” (excesso de indicadores, burocracia, afastamentos dos laboratórios etc.; e de trabalho e de segurança na Operação, Planta Piloto, Laboratório e outras áreas operacionais. Também levamos ao conhecimento oficial da empresa a denúncia de operadores sendo obrigados a operar fora de sua área / gerência. E os critérios discriminatórios na (de) composição da Utilidades / Facilidades.

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