Repúdio à Continuidade das perseguições e criminalização do movimento sindical

No dia 8.2.2023, o advogado Miguel Bakmam Xavier Júnior em nome da Petrobras e seu presidente e diretoria, numa ação número 0100084-11.2020.5.01.0016 na qual a Petrobras já havia sido condenada em prática antissindical por impedir ilegalmente o acesso dos dirigentes sindicais às unidades registrou, na tentativa de reverter a condenação da empresa:

“Trata-se  de  recurso  de  revista  que  discute  a  condenação  da PETROBRAS  ao  pagamento  de  indenização  por  dano  moral coletivo  em  razão da  suposta  prática  de  ato antissindical, consistente no bloqueio  do  acesso  de alguns  dirigentes  do  SINDIPETRO  RJ a determinadas unidades  da  Companhia ante a concreta ameaça de invasão e danos aos seus bens.”

“Ainda que no presente processo não exista diretamente um grande valor  econômico  envolvido,  é  importante  destacar  que  o procedimento  adotado pela recorrente tinha por objetivo resguardar a sua propriedade. Caso viesse a ocorrer uma invasão generalizada, o prejuízo causado poderia ser extremamente alto. A  título  de  exemplo,  as  invasões  que  ocorreram  em Brasília  no  dia 08.01.2023  estão  sendo  estimadas,  segundo sites de  notícias,  em mais de R$18,5  milhões(https://www.metropoles.com/brasil/agu-dano-causado-por-ato-terrorista-aos-3-poderes-deve-passar-de-185-milhoes), fato que demonstra que o chamado “efeito manada” não pode ser ignorado e não pode ser subestimado. Sob esse  ponto  de  vista,  ainda  que  no presente  processo  o  valor discutido não seja alto, uma vez que não chegou a acontecer o “efeito manada” e não chegaram a acontecer invasões generalizada se destruições, é importante destacar  que  o  direito  de  propriedade  é  o  meio  adequado  que  as  empresas  e demais  instituições  podem  se  valer a  fim  de  evitar  que algo  do  tipo possa  vir  a acontecer”

É um absurdo e um frontal ataque à autonomia sindical e digna de ser repudiada por esse congresso a atitude do referido advogado em comando direto da atual gestão da Petrobras de comparar um ato de luta e resistência à boçal tentativa de golpe ocorrido no dia 8.1.2023, contra o qual este sindicato se manifestou. É absurdo e completamente inaceitável receber tal manifestação já no âmbito do atual governo, que tem em sua presidência um ex-dirigente sindical. Infelizmente a empresa segue a ignorar diversas perseguições que ganham na tecnocracia jurídica da Petrobras folego para sua continuidade, é preciso alterar e desmontar o bolsonarismo e elitismo que impera fortemente dentro do jurídico da Petrobras.

Nossa luta não pode continuar sendo criminalizada, anistia e reparo àqueles que foram perseguidos durante os últimos anos e que continuam a ser.

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