FNP e Sindipetro-RJ cobram sobre possível volta ao trabalho presencial em meio ao caos da pandemia

Na tarde da quinta-feira (13/05), a FNP e seus sindicatos filiados, dentre eles o Sindipetro-RJ, participaram de uma reunião virtual com a Petrobrás, representada pelo RH e o EOR. Em pauta, o retorno presencial de trabalhadores do administrativo na base do Rio de Janeiro

O Sindipetro-RJ apresentou denúncias de exposição de operadores no CENPES em uma sala sem ventilação, um local sem janelas e totalmente inadequado, e também pediu informações sobre um possível retorno presencial no CENPES/PDIDMS que foi anunciado pela gestão local para a próxima segunda-feira (17/05). Fato que o Sindicato considera absurdo, e solicitou a suspensão imediata da decisão, caso esteja confirmada.

Também foram cobradas explicações sobre a aplicação de uma Nota Técnica – 48, que sendo classificada como conteúdo “piloto” trata de protocolos para quem trabalha em prédios administrativos, tendo inclusive o Sindicato enviado carta-ofício oficializando o pedido de informações. Além disso cobrou informações sobre a morte de um operador da REDUC, Marcelo Eduarde, ocorrida nesta quinta por complicações decorrentes da COVID-19.

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A representação da empresa, em resposta aos questionamentos do Sindipetro-RJ disse que vai averiguar a situação no CENPES, dizendo desconhecer a determinação de retorno presencial para quem está em teletrabalho na unidade e da existência da sala que já é chamada de “covidário” pelos trabalhadores locais. “O que existe é a previsão do retorno do trabalho presencial em 30 de junho próximo, mas que neste mês de maio estamos em avaliação do quadro” – disse o representante da empresa.

Sobre a morte do companheiro operador da REDUC, tanto o EOR quanto o RH disseram desconhecer o falecimento do trabalhador, mostrando que existe uma defasagem na atualização dos números sobre a COVID-19 na Petrobrás. Infelizmente a gestão da empresa trata o falecimento de um trabalhador apenas como um número a ser atualizado.

Medidas simples como controle de distanciamento e ambientes de trabalho adequados para prevenção à COVID-19 sempre são solicitadas sistematicamente nessas reuniões, mas nunca relevadas.

Também no encontro foram apresentadas situações de risco que vão desde a falta de fiscalização de lotação de lanchas de transporte de terminais como no TABG, em que se transportam 16 pessoas por viagem, sendo essa a capacidade máxima ; a falta de testagem periódica de trabalhadores próprios e terceirizados no mesmo terminal; falta de distribuição de máscaras de proteção mais eficazes, como a distribuição para uso dos trabalhadores e trabalhadoras do operacional de máscaras do modelo N95.

Sobre os números a empresa informou na reunião que a COVID-19 apresenta a seguinte atualização: 6.394 recuperados, 333 casos confirmados, sendo 118 no Rio de Janeiro, 189 em triagem positiva, 63 internados (32 em enfermaria e 31 em CTI) e 32 óbitos (10 em presencial, 21 em teletrabalho e 1 em situação de férias). Números que são totalmente divergentes aos divulgados pelo Ministério de Minas e Energia em seu Boletim de Monitoramento COVID-19, semanal, que em sua recente edição (56) informa sobre 6.348 recuperados , 175 confirmados e em quarentena, 47 internados, só convergindo no número de óbitos.

Sabemos, todos, que nem o relatório da Petrobrás e nem o do MME revelam o quadro gravoso da COVID-19 dentro da empresa, especialmente, das áreas operacionais, pois omitem por completo os maiores números de adoecimentos e mortes que afligem os petroleiros terceirizados que representam a maioria da força de trabalho da Petrobrás.

 

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